As necessidades e os problemas que afligem a segunda maior cidade de Minas Gerais: Uberlândia
As necessidades e os problemas que afligem a segunda maior cidade de Minas Gerais: Uberlândia
Parece irônico e óbvio. A crença de agosto que o considera o mês mais trágico não passou batida em Uberlândia e, com outro assassinato feminino, tem sido impossível não falar sobre a crise de feminicídios na cidade.
Os rumos que a violência contra a mulher vem tomando em Uberlândia são de deixar qualquer uma assustada.
Infelizmente, terminamos o fim de semana com a notícia trágica de mais uma mulher morta por seu algoz. O homem não se intimidou nem diante da própria mãe e da filhinha de apenas um ano de idade. Acovardou e se esquivou das consequências penais.
A tragédia familiar aconteceu no bairro Jardim das Palmeiras, na noite de sábado (17), e terminou com três mortes: a da vítima, do feminicida e da infância daquela criança que testemunhou tamanha crueldade.
Afinal, muitos estudiosos do tema consideram que os filhos que presenciam esse tipo de crime acabam sendo vítimas indiretas da violência doméstica e do feminicídio. São inocentes que vão carregar para o resto da vida a sobrecarga emocional pelo trauma vivenciado, ainda que inconscientemente.
Com o crime do fim de semana, a cidade chega a 13 feminicídios e se iguala ao total de registros do ano passado, restando ainda mais quatro meses para o fim de 2024.
Eu queria muito renovar minhas esperanças por dias melhores e com a certeza de que novas vítimas não entrarão para as estatísticas. Em oposição a isso, a realidade me confronta.
Uberlândia caminha para se tornar recordista em assassinatos de mulheres. Ainda no primeiro semestre, já liderava os feminicídios em Minas Gerais. Os feminicídios consumados já representam o dobro dos cometidos em 2023, o que também é muito alarmante.
Se isso não for uma crise de feminicídios, eu não sei qual outro nome dar. Sabemos que os programas de prevenção e a proteção estatal a essas mulheres vulneráveis nunca são suficientes.
Mas, em hipótese nenhuma, a violência de gênero deve ser normalizada ou tolerada pela sociedade. Precisamos cobrar e executar políticas públicas mais eficientes e, mais do que isso, sempre denunciar o caos que mora ao lado.
Não ignore essa crise de feminicídios que se instala na cidade. Nem jamais espere que a próxima vítima seja uma vizinha, uma amiga ou sua nora. A responsabilidade é compartilhada.