162 dias sem chuva, 162 estragos

Chuva no último fim de semana deixou rastro de destruição em várias localidades de Uberlândia

02/10/2024 ÀS 10H53

- Atualizado Há 3 dias atrás

O período crítico da estiagem em Uberlândia vinha sendo contabilizado pela Defesa Civil desde o dia 19 abril, quando ocorreu a última chuva realmente volumosa na cidade. Foram 162 dias de seca para nos depararmos com 55 milímetros e ventos a 75 km/h no último sábado.

Aqui eu destaco a irônica coincidência que deu o título ao artigo: a chuva resultou em 162 chamados envolvendo ocorrências da chuva e que mobilizou equipes da Prefeitura. Certamente, os estragos foram ainda maiores.

Mas esse texto não é sobre isso. É sobre os extremos do clima do século XXI e como ele é muito refletido em nossa cidade.

Seca e chuva em Uberlândia
Seca e chuva extremas são retrato das mudanças climáticas – Foto: Paranaíba Mais/Reprodução

Já parou para pensar que quando não sofremos com a estiagem, onda de queimadas, a crise hídrica e, consequentemente, enérgica, estamos sofrendo com inundações, alagamentos e outros impactos dos temporais?

Esse 8 e 80 do clima mata, de uma forma ou de outra. Mata biomas, mata a biodiversidade, mata gente ou, no mínimo, coloca em risco muita gente.

Obviamente, a essa altura, os governos locais não conseguiram mitigar sozinhos os efeitos do colapso climático. Porém, o planejamento estratégico e os investimentos em infraestrutura verde precisam começar de algum lugar.

Esse conceito abrange soluções urbanas, junto ao meio ambiente, como a criação de parques e áreas verdes que ajudam a absorver o excesso de água das chuvas, além de árvores que contribuem para a redução das ilhas de calor, por exemplo.

VEJA MAIS! Uberlândia em chamas: somos a cidade que mais devasta a vegetação

O município está com um plano municipal de arborização prestes a ser enviado à Câmara Municipal de Uberlândia. Se for um projeto realmente efetivo, seria um bom início para garantir que a cidade tenha mais espaços verdes para se precaver em meio aos desafios climáticos.

📲 Clique aqui e siga o canal de notícias do Paranaíba Mais no WhatsApp

Além disso, também temos nossa enorme parcela de responsabilidade e precisamos nos conscientizar de que o colapso climático não é apenas um problema ambiental ou político. Trata-se de uma questão socioeconômica que afeta diretamente a qualidade de vida de populações inteiras, a começar pela nossa.

Um passo fundamental é escolher representantes comprometidos com o enfrentamento das mudanças climáticas. No entanto, a responsabilidade não termina na escolha.

Precisamos cobrar a execução das propostas e o cumprimento das promessas enquanto esses representantes estiverem no poder, garantindo que a questão climática seja tratada com a seriedade que merece.

Uberlândia carece disso.

Veja também

Caroline Aleixo

3 dias atrás

Acompanhe nossa programação ao vivo!