As necessidades e os problemas que afligem a segunda maior cidade de Minas Gerais: Uberlândia
As necessidades e os problemas que afligem a segunda maior cidade de Minas Gerais: Uberlândia
A Prefeitura de Uberlândia informou nesta semana um dado extremamente preocupante: apenas 40,5% do público-alvo da campanha de vacinação contra a poliomielite foi imunizado na cidade.
O percentual é mais baixo que a média estadual (42,74%) e menos que a metade do que foi preconizado pelo Ministério da Saúde (MS), com uma cobertura vacinal de 95%.
Das 42 mil crianças acima de cinco anos que eram esperadas para a imunização, apenas 14 mil foram levadas pelos responsáveis até um ponto de vacinação. São apenas 3% de todas as doses aplicadas até junho em Minas Gerais, de acordo com o painel da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite.
Isso porque a ação já foi prorrogada e as doses ficam disponíveis em qualquer uma das salas de vacinação, sem considerar os pontos extras como o Terminal Central.
Segundo o MS, o último caso de infecção pelo poliovírus selvagem aqui no Brasil ocorreu em 1989, na Paraíba. No entanto, a queda da cobertura vacinal nos últimos anos vem preocupando as autoridades de saúde em todo o mundo.
Além disso, a circulação do tipo 1 do vírus foi identificada, em 2020, no Paquistão e Afeganistão. Ou seja, o reaparecimento de doenças até então erradicadas com a imunização vem sendo identificado em países que não estão vacinando. A doença que causa paralisia e pode levar à morte voltou a se espalhar novamente após décadas.
Se existe uma vacina capaz de evitar que nossas crianças morram ou sofram paraplegia e que é possível barrar a circulação de um vírus altamente contagioso entre nós, por qual motivo os adultos não estão levando as crianças para se imunizarem?
Eu arrisco dizer que há dois agravantes: o comodismo e a onda de fake news que inunda as redes sociais todos os dias na tentativa de invalidar a eficácia das vacinas. Se deixar levar pela desinformação é tão cruel quanto um vírus mortal.
Com saúde não se brinca e, constitucionalmente, é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança o direito à vida e à saúde. Além disso, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelece como obrigatória a vacinação das crianças quando recomendado pelas autoridades sanitárias.
Quem ama o filho, subentende-se, que cuida e preserva pela vida dele. O contrário disso, me desculpe, é no mínimo de uma irresponsabilidade e de uma falta de cidadania enormes.