Até onde vai o seu amor por Uberlândia?

Uberlândia, uma cidade que há 136 anos floresce no coração de Minas Gerais, é muito mais do que só desenvolvimento urbano e econômico. Ou pelo menos deveria ser.

Celebrar a cidade é importante, mas cuidar dela é essencial. Afinal, quem ama cuida.

Por isso, aqui vão os meus parabéns para quem, no simples do dia a dia, se preocupa com o futuro. Personagens que demonstram um amor genuíno e estão transformando Uberlândia em um exemplo de sustentabilidade e cuidado com o futuro.

Eu falo do professor Eduardo Macedo, do Toni da Ipê Cultural, dos empresários Sérgio e Lísia e de tantos outros uberlandenses que merecem todos os méritos deste centenário, pois, acabam promovendo mais políticas públicas sustentáveis do que tantos políticos por aí.

O simples do cotidiano

Começo destacando a preocupação do servidor público aposentado, Eduardo Macedo, com o consumo responsável de água diante do longo período sem chuvas. Inclusive, essa conduta foi a inspiração para o artigo de hoje.

Ele me conta que há muito tempo passou a manter uma reserva de água do último ciclo de enxágue da máquina de lavar roupas. Com essa ideia, ele estoca aproximadamente 70 litros d’água que servem para limpeza durante muitos dias.

Ele compartilhou a ideia simples, porém eficiente com os demais moradores do condomínio onde mora. Que a iniciativa seja replicada. Aqui em casa já passamos a adotar.

Importante a gente lembrar que a estiagem severa e as recorrentes ondas de calor forçam ainda mais a alta demanda no abastecimento de água, que em Uberlândia já tem uma média de consumo de 320 litros/por habitante por dia.

Uma OSC de Uberlândia que fomenta sustentabilidade

Antônio Pedro Costa Neto, conhecido por todos como Toni, tem 45 anos e há 18 se dedica ao Instituto Ipê Cultural, única organização de sociedade civil, sem fins lucrativos, que aborda questões de sustentabilidade, com foco em mudança climática e gestão de resíduos.

Toni passou a se dedicar à causa para promover mais cultura verde em Uberlândia, num tempo em que ainda pouco se falava a respeito. Eu o considero um grande precursor de um trabalho gigante de conscientização e que vem transformando gerações.

Um grande crítico do uso do aterro sanitário para manejo do lixo na cidade – prática que considera ambientalmente, socialmente e economicamente insustentável – e defensor da ampliação da coleta seletiva, Toni sempre renova nossas esperanças.

Ele acredita que Uberlândia pode se tornar uma referência em sustentabilidade, e vê sua missão e a do Instituto como plantar a ideia de que ser sustentável é essencial para o nosso futuro.

Ainda temos muito o que aprender com gente como o Toni e os voluntários do Ipê Cultural.

Do terceiro setor à iniciativa privada

Eu não poderia deixar de destacar aqui a dentista Lisia Rocha, de 51 anos, e o empresário Sérgio Humberto de Oliveira, 50, que são prova de que é possível [e necessário] empreender em Uberlândia de forma ambientalmente consciente.

O casal conta com uma estrutura empresarial do bairro Martins totalmente sustentável. No prédio comercial funciona clínica odontológica, de psicologia e a empresa de energia solar do Sérgio.

Eles foram uns dos primeiros a colocar energia solar no Brasil e o primeiro prédio em Uberlândia pensado para ser sustentável. Por exemplo, a calçadas é permeável e toda chuva que cai no telhado, eles recolhem, tratam e reutilizam a água.

Além disso, a disposição de janelas foi planejada para aproveitar o máximo da luz solar, com tecnologia de placas de vidro que filtram os raios ultravioletas.

Um investimento com certeza alto e que foi muito criticado em 2014. Ainda assim, o casal pesquisou estruturas semelhantes em várias cidades, foram a feiras, e entregaram um projeto que, como eles mesmos reconhecem: “para mudar um pouco da história, para deixar um legado”.

De fato estão deixando e orgulhando Uberlândia.

Que esses exemplos despertem em nós o compromisso diário com o bem-estar coletivo. Que sirvam de inspiração para construirmos uma cidade cada vez mais verde e que acolha bem os nossos filhos no futuro próximo.