Acidente aéreo que matou empresários de Uberlândia ainda é tragédia sem respostas

Investigação do Cenipa segue aberta após quase um ano da queda de avião no Amazonas

16/08/2024 ÀS 15H05

- Atualizado Há 2 meses atrás

Dizem que o tempo pode curar feridas e amenizar a saudade, mas com certeza a falta de respostas alimenta a angústia de quem perde amigos e familiares em uma tragédia como a do acidente aéreo que matou empresários de Uberlândia, no Amazonas, no ano passado.

Acidente aéreo que matou empresários de Uberlândia
Acidente aéreo que matou empresários de Uberlândia ocorreu em setembro de 2023 – Foto: Reprodução

A queda do avião completará 1 ano no próximo mês. As investigações sobre a ocorrência até hoje não foram concluídas e entram para o rol das tragédias da aviação ainda sem respostas.

Relembre o acidente aéreo que matou empresários de Uberlândia

O acidente ocorreu em 16 de setembro no município de Barcelos (AM). Cinco dos 12 passageiros da aeronave eram uberlandenses e estavam viajando entre amigos para uma pescaria. Situação semelhante aos passageiros da tragédia com pelo menos cinco mortos no Mato Grosso nesta semana.

A aeronave de táxi aéreo decolou do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes em Manaus, com destino ao Aeródromo de Barcelos às 16h15. Por volta das 17h45, durante o pouso na pista, a aeronave não conseguiu parar, sofrendo uma excursão de pista.

Segundo especialistas da aviação, a excursão de pista ocorre quando a aeronave sai da superfície da pista do aeródromo durante o pouso ou decolagem.

Em velocidade, a aeronave com os uberlandenses bateu contra a cerca de proteção do aeródromo e, posteriormente, em um barranco. Além dos 12 passageiros a bordo, os dois pilotos também morreram.

Investigações

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão federal responsável por conduzir as investigações de acidentes aeronáuticos, iniciou a investigação do acidente aéreo que matou empresários de Uberlândia no mesmo dia, porém até hoje o status no painel da ocorrência é de que “os trabalhos relativos a esta ocorrência estão em andamento”.

O Cenipa apenas apura as prováveis causas dos acidentes e recomenda ações de segurança para prevenção de novas ocorrências. O órgão ligado à Força Área Brasileira (FAB) não tem o condão de aplicar sanções ou responsabilizar pessoas e empresas.

×

Leia Mais

Para a coluna, o Cenipa alegou que a conclusão dessa investigação terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade de cada ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os possíveis fatores contribuintes.

Informou ainda que só se pronuncia sobre os resultados das investigações mediante a publicação do Relatório Final no portal da instituição, o que não tem previsão para acontecer.

A demora interminável

Por mais que não aponte responsáveis, o relatório é muito importante para que as partes interessadas entendam as circunstâncias do acidente ou incidente, e para respaldar os órgãos fiscalizadores a tomarem medidas concretas quanto à eventual responsabilização.

Entendo que, de fato, há inúmeras ocorrências mais complexas, a exemplo do trágico acidente com o voo comercial da Voepass, em Vinhedo (SP), com maior número de vítimas e circunstâncias graves. Mas nenhuma vida vale menos.

E ainda que conclusões de investigação não tragam os entes queridos de volta, eu acredito que seja, no mínimo, algum tipo de conforto para os familiares entenderem melhor o que pode ter acontecido e cobrar algum tipo de reparação se for o caso.

A dor da perda se mistura à frustração. A expectativa de respostas permanece.

O jeito é aguardar.

Veja também

Caroline Aleixo

4 dias atrás

Acompanhe nossa programação ao vivo!