As necessidades e os problemas que afligem a segunda maior cidade de Minas Gerais: Uberlândia
As necessidades e os problemas que afligem a segunda maior cidade de Minas Gerais: Uberlândia
Em um fim de tarde de domingo, saí com a família em busca de algum entretenimento infantil. De imediato, meu filho disse que queria andar de trenzinho e fomos até a Praça Sérgio Pacheco, área central de Uberlândia, onde eu me lembrava que por muito tempo funcionou como ponto de parada do trenzinho da alegria.
O que encontramos foi um sucateado e abandonado trenzinho da tristeza. Aquele veículo que por anos trouxe tanta alegria para a criançada na cidade e iluminou alguns natais, está fora de atividade, jogado às margens da praça.
Tivemos a oportunidade de aproximar do trenzinho: velho, sujo, pintura desgastada, lataria enferrujada, pneus completamente carecas e murchos. Em ruínas, definitivamente. A frustração do olhar do meu filho de 2 anos foi de doer o coração. Doeu nos nossos também.
Como os responsáveis por um projeto tão legal deixaram que ele terminasse naquele estado? Fora o agravante de deixar um veículo daquele tamanho abandonado em praça pública e sem qualquer utilidade.
Eu cheguei a conversar com o antigo motorista do trenzinho. Um senhorzinho me relatou com muito pesar a situação. Ele, que também é mecânico, disse que já demonstrou interesse em comprar o trenzinho, reformar e regularizar para colocar na ativa de novo.
O antigo dono faleceu e o impasse seria um desacordo na transação do negócio com a atual proprietária. Me pareceu ainda que a burocracia para regulamentar a atividade e o desinteresse em dar continuidade ao projeto também foram determinantes para a detentora do veículo.
Nessa falta de iniciativa, quem perde são nossas crianças e a cidade. O que deveria ser mais uma opção de lazer infantil – e até um cartão postal para a cidade – se transformou em uma triste imagem daquela região e um problema sério de segurança pública.
Segundo a legislação municipal, consideram-se veículos abandonados aqueles que:
O trenzinho da Praça Sérgio Pacheco “gabarita” as condições e, infelizmente, é considerado um veículo abandonado.
A gravidade disso não é apenas a poluição visual, mas a possibilidade de o trenzinho se tornar alvo de criminalidade e de vandalismo, apresentando sérios riscos de mobilidade urbana e à segurança de quem passa pelo local.
Eu gostaria, sinceramente, que a Secretaria de Trânsito e Transportes (Settran) pudesse intervir não apenas para notificar os proprietários a remover o veículo ou, em casos extremos, mandá-lo a leilão. Mas que o Poder Público, incluindo nosso Legislativo, olhasse com bons olhos e não medisse esforços para colocar o trenzinho para rodar de novo.
Seja para a comunidade em geral ou para algum projeto social, para passeios com crianças em vulnerabilidade social, por exemplo, ou para nossas crianças de escolas públicas, como eu soube que funcionou em outra época.
As eleições estão aí e essa me parece uma boa proposta para apresentar aos uberlandenses.