Lula convoca reunião emergencial por megaoperação no Rio de Janeiro

Presidente discute Operação Contenção, que deixou mais de 130 mortos no RJ, e cobra apoio federal a Cláudio Castro

, em Uberlândia

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, está reunido com os ministros do governo desde as 10h desta quarta-feira (29), no Palácio da Alvorada, em Brasília, para tratar dos desdobramentos da megaoperação que deixou mais de 130 mortos no Rio de Janeiro, a mais letal da história.

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Parentes choram ao lado de corpos de suspeitos mortos na megaoperação no Rio
Parentes choram ao lado de corpos de suspeitos mortos na megaoperação no Rio – Créditos: Eusébio Gomes/TV Brasil

O encontro emergencial acontece após a realização da Operação Contenção, das polícias Militar e Civil, nesta terça-feira (28). As ações policiais se concentraram nos Complexos do Alemão e da Penha, e tinha como objetivo capturar lideranças criminosas e conter a expansão territorial da facção Comando Vermelho (CV). Até o momento, 81 criminosos foram presos e 93 armas foram apreendidas.

Segundo a Agência Brasil, participam do encontro com Lula o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública), Rui Costa (Casa Civil), José Múcio (Defesa), Gleisi Hoffmann (Secretária de Relações Institucionais), Macaé Evaristo (Direitos Humanos e Cidadania), Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação), Anielle Franco (Igualdade Racial), além do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e do presidente da Embratur, Marcelo Freixo.

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Nesta terça-feira (28), o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, disse que reconhece que a operação excedeu os “limites e as competências” do governo estadual. O político também cobrou mais apoio federal no enfrentamento às facções criminosas.

No mesmo dia, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que não recebeu pedido para apoio à Operação Contenção.

Número de mortos na megaoperação no Rio

Moradores do Complexo da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, levaram mais de 60 corpos para a Praça São Lucas, na madrugada desta quarta-feira (29). Os corpos foram retirados da mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, e não fazem parte da contagem oficial do governo do Rio de Janeiro, de 64 mortos (60 suspeitos e quatro policiais).

Segundo a Agência Brasil, o número de mortos pode ultrapassar 130.

Policiamento segue reforçado na cidade

Segundo o Governo do Rio de Janeiro, o policiamento segue reforçado no município nesta quarta-feira (29), por determinação do governador Cláudio Castro. O comunicado, publicado nas redes sociais oficiais do governo, informa que houve um aumento de mais de 40% do efetivo da Polícia Militar no patrulhamento.

A capital carioca voltou ao Estágio 1, no qual não há ocorrências ou fatores de risco que impactem a rotina da cidade, na manhã desta quarta-feira (29). A mudança foi informada pelo Centro de Operações e Resiliência (COR) da Prefeitura Municipal, às 6h.

Moradores do Complexo Penha retiram corpos de suspeitos da megaoperação no Rio de Janeiro
Dezenas de corpos foram levados para a praça São Lucas, na Penha – Créditos: Eusébio Gomes/TV Brasil

Segundo o COR, todas as vias estão liberadas para o tráfego de veículos no momento, e os modais de transportes operam normalmente, após mais de 12 horas de bloqueios. No Estágio 1, podem ocorrer pequenos incidentes, mas que não interferem de forma significativo na rotina dos cariocas.

O município entrou no Estágio 2 às 13h48 desta terça. Neste estágio, há risco de haver ocorrências de alto impacto na cidade e elevado potencial de agravamento. Foram mais de 12 horas de bloqueios orquestrados pelos criminosos. Segundo o portal R7, ao menos 71 ônibus coletivos foram tomados pelos bandidos para servir de barricadas, além de diversos carros. O CV fechou vias em diferentes pontos da cidade.