Corpo de Juliana Marins chega ao Brasil nesta terça após pressão da família
Companhia aérea antecipou o translado da brasileira que morreu em trilha na Indonésia; nova autópsia será feita no país a pedido da família
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Depois de dias de espera o corpo de Juliana Marins chega ao Brasil nesta terça-feira (1º). A mudança na data do translado foi confirmada pela companhia aérea Emirates, que inicialmente previa a chegada apenas para quarta-feira (2). Ao desembarcar em São Paulo, o corpo seguirá para o Rio de Janeiro, onde será submetido a uma nova autópsia, conforme decisão da Justiça atendendo ao pedido dos familiares. Após a realização da nova perícia, o corpo será velado e sepultado em Niterói, cidade natal de Juliana.
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A Emirates informou que, em coordenação com os familiares, conseguiu antecipar os trâmites para que o corpo de Juliana Marins chegue a São Paulo nesta terça-feira (1º). Em nota, a empresa manifestou condolências à família e disse que “novos preparativos foram feitos para o transporte”.
Entenda o caso de Juliana Marins
A publicitária, natural de Niterói, foi encontrada morta no dia 24 de junho, após cair durante uma trilha no Monte Rinjani, na Ilha de Lombok, Indonésia, em 20 de junho. Seu corpo foi resgatado no dia seguinte, 25.
Juliana Marins caiu em um desnível na trilha e ficou sem comida, água ou agasalho. Segundo o laudo da primeira autópsia, realizado em Bali, ela teve hemorragia interna causada por múltiplas fraturas no tórax e nas costas. A perícia apontou que Juliana teria sobrevivido por até 20 minutos após o impacto.
Contudo, as circunstâncias da morte levantaram dúvidas, e a família contestou a condução do caso. Um dos pontos questionados é a divergência entre o horário da morte apontado pelo legista e os relatos iniciais da equipe de resgate. Por isso, com apoio da Defensoria Pública da União e da Prefeitura de Niterói, os familiares conseguiram na Justiça autorização para um novo exame necroscópico. A Advocacia-Geral da União informou que o Brasil vai cumprir o pedido de forma voluntária, e a nova autópsia será realizada até seis horas após o desembarque, para preservar possíveis evidências.
A antecipação do translado aconteceu após intensa mobilização da família. No domingo (29), a irmã de Juliana, Mariana Marins, criticou publicamente a falta de confirmação do voo, afirmando que havia negligência por parte da Emirates. “É descaso do início ao fim. Precisamos da confirmação urgente”, publicou nas redes sociais.
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A companhia justificou a demora citando restrições operacionais no transporte e afirmou que o porão da aeronave havia ficado lotado. Ainda assim, a versão levantou suspeitas por parte dos familiares, que temem que eventuais evidências se percam com o tempo.
Além da revolta com o translado, a família também critica a demora no resgate. O governador da província de Sonda Ocidental, Lalu Muhamad Iqbal, reconheceu que a região do Monte Rinjani carece de estrutura adequada para missões de salvamento. Em pronunciamento, ele se comprometeu a revisar os procedimentos e melhorar as condições de segurança na trilha, que atrai turistas do mundo todo.