Vida em Marte? Nasa encontra possíveis sinais de vida antiga no planeta

Descoberta foi publicada nesta quarta-feira (10) em um estudo; potenciais bioassinaturas foram encontradas em uma rocha no planeta

, em Uberlândia

A Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA) descobriu possíveis sinais de vida microbiana antiga no planeta Marte. A informação foi divulgada em uma pesquisa detalhada na revista científica Nature, nesta quarta-feira (10). Uma amostra foi coletada pelo veículo rover Perseverance, da NASA, de uma rocha formada há bilhões de anos a partir de sedimentos do fundo de um lago.

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Nasa faz descoberta sobre possível vida em Marte
NASA faz descoberta sobre possível vida antiga em Marte – Créditos: NASA

Como foi encontrada a descoberta?

Segundo publicação da NASA, a amostra, chamada “Sapphire Canyon” foi coletada no ano passado e retirada de uma rocha chamada “Cheyava Falls”. O material possui potenciais bioassinaturas, uma substância ou estrutura que pode ter surgido por processos biológicos, mas que ainda exige mais estudos para confirmar se efetivamente indica a presença (ou ausência) de vida.

“Esta descoberta da Perseverance, lançada durante o primeiro mandato do presidente Trump, é o mais perto que já chegamos da descoberta de vida em Marte. A identificação de uma potencial bioassinatura no Planeta Vermelho é uma descoberta inovadora e que avançará nossa compreensão de Marte”, declarou o administrador interino da NASA, Sean Duffy.

O robô encontrou as chamadas “manchas de leopardo” na rocha localizada na formação Bright Angel, parte da antiga calha fluvial Neretva Vallis (com cerca de 400 metros de largura) que fluía para a cratera Jezero há bilhões de anos. Essas manchas foram associadas a reações químicas que, na Terra, podem ter sido mediadas por microrganismos.

Bioassinaturas apontam para possível vida em Marte

Os instrumentos científicos do robô identificaram minerais ricos em carbono orgânico, enxofre, ferro (óxido) e fósforo nas rochas sedimentares, uma combinação que, em nosso planeta, favorece a preservação de vida antiga.

Em imagens de alta resolução, os cientistas observaram um padrão mineral conhecido como “frentes de reação” — regiões onde reações físicas e químicas ocorreram — formado predominantemente por vivianita, fosfato de ferro hidratado, e greigita, sulfeto de ferro. A vivianita é comumente encontrada em sedimentos e turfeiras na Terra, enquanto certas formas de vida microbiana também podem produzir greigita.

Essa combinação mineral pode representar uma assinatura deixada por vida microbiana, que teria usado reações de transferência de elétrons entre os sedimentos e matéria orgânica para obter energia. Contudo, esses minerais também podem se formar por vias não biológicas, como em ambientes com altas temperaturas ou condições ácidas, o que não é observado nas rochas da formação Bright Angel.

O achado surpreende por se tratar de rochas sedimentares relativamente jovens, o que sugere que Marte pode ter sido habitável por um período mais prolongado (ou mais recente do que se pensava), e não apenas em eras geológicas muito antigas.

Até o momento, o robô coletou 27 núcleos de rocha em Jezero desde seu pouso, em fevereiro de 2021. Entre seus instrumentos está também uma estação meteorológica para fornecer dados ambientais úteis em futuras missões humanas, além de amostras de tecido de traje espacial para estudo de resistência ao ambiente marciano.