“Eram amigos desde a infância”, diz tia de Melissa Campos sobre suspeitos de morte de aluna em Uberaba

Marisa Agreli fala com exclusividade sobre a dor da família e critica o prazo máximo de internação para os adolescentes envolvidos

, em Uberlândia

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Marisa Agreli, tia de Melissa Campos, falou com exclusividade ao Balanço Geral nesta quinta-feira (22) sobre a morte de aluna em Uberaba, ocorrida dentro de uma sala de aula. Ela relatou a dor e a indignação da família diante da perda, após as primeiras informações divulgadas pela Polícia Civil e pelo Ministério Público durante a coletiva de imprensa realizada esta semana, sobre o caso e a condução da investigação.

Parece um pesadelo, é surreal. A gente não consegue comer, a gente não consegue dormir, a gente mal consegue trabalhar. A falta da ‘Mel’ é uma dor indescritível, indescritível” afirmou. 

Emocionada, ela relembrou a sobrinha como uma menina “alegre, sorridente e brilhante”, e destacou a perplexidade pelo fato do suposto autor do ataque ser um colega de classe que conhecia Melissa desde a infância.

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Tia de Melissa fala sobre a sobrinha e comenta repercussão da coletiva e tragédia envolvendo a morte de aluna em Uberaba
Dor e indignação marcam a morte de aluna em Uberaba, relata Tia de Melissa Campos – Crédito: TV Paranaíba/ Reprodução

Segundo Marisa, o adolescente, também de 14 anos, era de uma família conhecida. “Um deles já era amigo dela desde a infância. As famílias se conheciam. Ele frequentava a igreja também, frequentava os eventos de igreja junto com ela. Não eram amigos muito próximos, mas se conheciam, sim. O outro, eu creio que era só um colega de sala”, contou.

Ainda na entrevista, a tia destacou que duas coisas não podem ser esquecidas: a preservação da memória de Melissa e que os jovens não devem retornar ao convivo público comum ignorando o ato que cometeram.

“Eu espero que seja feita justiça pela Melissa. Eu acho que, independente da gente chamar de feminicídio, da gente chamar de ato infracional análogo a homicídio triplamente qualificado, não muda que foi um crime horrendo e cruel. Não muda que os autores foram extremamente frios, não muda que foi premeditado, não muda que eles precisam ser tirados da sociedade, do convívio social, porque eles representam um perigo agora, não só para a Melissa, mas para outras pessoas, quando eles forem soltos”, disse.

Ao pensar sobre a internação de no máximo três anos dos jovens suspeitos, ela ainda ressalta a necessidade de revisão das leis que tangem o assunto envolvendo as infrações envolvendo menores.

“O que a gente busca agora é realmente que a gente consiga apoio pra mudança legislativa. A gente precisa conversar sobre mudanças no ECA pra ele permitir internações mais prolongadas. É impensável, impensável que esses meninos estejam soltos daqui a 3 anos, repetindo esses atos de crueldade”, afirma.

A família de Melissa reforça que o caso vai muito além da motivação apontada inicialmente pela polícia. Para eles, o crime foi movido por questões mais profundas, como misoginia e preconceito contra meninas.

“ Eu acho que é simplista falar que foi apenas inveja. Eles escolheram ela no dia, mas eles tinham planos que eram há bastante tempo. E o que aconteceu no dia 8 foi simplesmente que eles escolheram a Melissa entre as meninas que eles odiavam naquele dia para ser morta.”, explicou Marisa.

Por fim, ela pediu que a memória de Melissa seja preservada e que a justiça, seja feita para que a dor da família não seja em vão.  “Eu tenho certeza que ela descansa agora, e que a memória dela vai ser propagada e lembrada, a gente nunca jamais vai conseguir esquecer o rosto da Melissa, a voz da Melissa, o tanto que ela era amada”, conclui.

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Confira a entrevista completa: