Rifeiros da enganação: influenciadores e policiais são presos e caso acende alerta sobre golpes online

Esquema com sorteios fraudulentos movimentou R$ 680 milhões na Bahia; veja como se proteger de fraudes cada vez mais comuns nas redes sociais

, em Uberlândia

A prisão de cinco influenciadores digitais durante a “Operação Falsas Promessas 2”, deflagrada pela Polícia Civil da Bahia, expôs um esquema milionário de rifas ilegais e chamou atenção para a crescente onda de golpes virtuais que se escondem atrás de perfis populares nas redes sociais.

Materiais apreendidos na Operação Falsa Promessa 2
Foram apreendidos 27 veículos, relógios, armas, R$ 14 mil em espécie, celulares, notebooks e outros objetos – Crédito: Polícia Civil da Bahia/Divulgação

A investigação, que também resultou na detenção de policiais militares e outros suspeitos, revelou uma estrutura criminosa que teria movimentado R$ 680 milhões por meio de sorteios fraudulentos e lavagem de dinheiro.

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Entre os presos estão nomes conhecidos no meio digital: Franklin Reis, criador dos personagens Neka e Abias; o casal José Roberto Santos (conhecido como Nanam Premiações) e Gabriela Silva; Ramhon Dias, que se autodenominava “máquina de prêmios”, além do Policial Militar e influencer Lázaro Andrade, chamado de Alexandre Tchaca. Juntos, utilizavam a visibilidade online para divulgar rifas com promessas de prêmios altos — que, segundo a polícia, nunca chegavam ao público.

Influenciadores presos
Influenciadores presos – Crédito: Redes sociais/Reprodução

As ações do grupo iam além da internet. De acordo com o Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco-LD), empresas de fachada e “laranjas” eram utilizados para disfarçar a origem dos valores ilícitos. Além disso, policiais da ativa e ex-militares envolvidos no esquema teriam atuado como operadores dos sorteios e também garantido proteção aos influenciadores.

Durante a operação, que teve desdobramentos em Salvador, cidades do interior baiano e até São Paulo, foram apreendidos 27 veículos (incluindo modelos de luxo), relógios caros, armas de fogo, R$ 14 mil em espécie, celulares, notebooks e outros objetos. A Justiça também determinou o bloqueio de até R$ 10 milhões por CPF ou CNPJ investigado.

Manipulação e aparência de legalidade

A Polícia aponta que os prêmios das rifas eram frequentemente entregues a integrantes da própria quadrilha, o que dava uma falsa aparência de legitimidade ao esquema. As rifas eram ofertadas por valores baixos, como centavos, mas prometiam recompensas como carros de luxo e quantias em dinheiro. Vídeos, fotos e publicações nas redes reforçavam a narrativa de que os sorteios eram reais.

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Como evitar cair em golpes nas redes

Casos como esse revelam o quanto é essencial manter a atenção ao navegar por redes sociais, principalmente diante de promessas muito vantajosas. Confira algumas dicas para se proteger de golpes virtuais:

Desconfie de ofertas boas demais para serem verdade: sorteios e rifas com prêmios de alto valor, especialmente quando ofertados por perfis pouco conhecidos ou sem transparência, devem ser encarados com cautela.

Evite clicar em links suspeitos: golpistas usam URLs falsas que imitam páginas oficiais. Antes de fornecer dados ou fazer pagamentos, verifique se o endereço começa com “https” e tem o cadeado de segurança.

Confirme a identidade de quem pede dinheiro: mesmo se a mensagem vier de um contato conhecido, ligue ou faça uma videochamada para confirmar. Perfis e números clonados são cada vez mais comuns.

Jamais pague tributos por links recebidos por mensagem: impostos como IPVA e IPTU devem ser pagos diretamente no site oficial do seu banco ou por meio de aplicativos de instituições financeiras.

Atenção ao nome do favorecido no PIX: antes de concluir a transferência, confira se o nome corresponde exatamente ao destinatário esperado. Qualquer divergência pode indicar golpe.

Eduque-se e eduque os seus: compartilhe informações com familiares, especialmente com pessoas mais vulneráveis a fraudes, como idosos e adolescentes. A prevenção começa pela informação.

A Polícia Civil continua investigando o caso e novas fases da operação não estão descartadas. A defesa dos envolvidos afirmou que irá se manifestar após ter acesso aos autos do processo.