Mandante da chacina de Unaí é preso no Rio Grande do Sul
Norberto Mânica, condenado a 64 anos de prisão, foi encontrado em Nova Petrópolis
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A Polícia Civil do Rio Grande do Sul (PCRS) prendeu nesta quarta-feira (15), em Nova Petrópolis, na Serra Gaúcha, Norberto Mânica, apontado como um dos mandantes da chacina de Unaí (MG). O crime, ocorrido em janeiro de 2004, resultou na morte de três auditores fiscais e um motorista do Ministério do Trabalho durante uma fiscalização contra trabalho escravo.

Condenado a 64 anos de prisão por homicídio qualificado e formação de quadrilha, Mânica estava foragido desde setembro de 2023, quando a Justiça de Minas Gerais determinou a prisão imediata dele e de seu irmão, Antério Mânica, também condenado pela mesma chacina. A sentença não tem possibilidade de recurso.
Prisão no interior gaúcho
De acordo com o delegado Fábio Idalgo Peres, responsável pelo caso no Rio Grande do Sul (RS), as investigações indicaram que Mânica poderia estar escondido em uma área rural de Nova Petrópolis, próxima à divisa com Gramado. Após buscas, o fazendeiro foi localizado e detido sem resistência pela Polícia Civil. De acordo com a Polícia Militar de Unaí, a expectativa é que ele seja encaminhando para o presídio da cidade, o mesmo que seu irmão está detido.
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De acordo com a PCRS, Mânica tentou ocultar sua identidade, fornecendo informações falsas. No entanto, após o confronto de dados e a coleta de evidências, ele confessou ser o alvo do mandado de prisão. No momento da abordagem, ele estava sem documentos.
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Em nota divulgada, Bob Machado, presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (SINAIT), a prisão representa o fim de uma luta que durou mais de duas décadas. “O SINAIT lutou nestes 21 anos por justiça para as famílias dos colegas e para toda a categoria”.
Para a diretora da entidade Rosa Jorge, a prisão do Norberto Mânica resgata um senso de justiça.
Relembre o caso
A chacina de Unaí aconteceu na manhã de 28 de janeiro de 2004, quando os três fiscais e o motorista foram emboscados em uma estrada de terra próxima ao município de Unaí.
As vítimas, que faziam visitas de rotina a propriedades rurais para apurar denúncias de trabalho escravo, foram surpreendidas por homens armados. Os criminosos executaram os quatro à queima-roupa, em um dos crimes mais brutais contra servidores públicos no Brasil.
Em nota, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul enfatizou que “a prisão representa um importante desdobramento para o cumprimento da pena imposta pela Justiça”.