Líder religioso é condenado a 49 anos por abusar sexualmente de mulheres e crianças durante rituais em Frutal

Weder Alves Garcia, de 43 anos, foi preso em 2023 e condenado por crimes cometidos em um "quarto do sigilo"; defesa alega vícios no processo e promete recorrer.

, em Uberlândia

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Weder Alves Garcia, líder religioso de 43 anos, foi condenado a 49 anos, 10 meses e 20 dias de reclusão por abusar sexualmente de mulheres, adolescentes e crianças durante rituais em um centro religioso em Frutal, no Triângulo Mineiro. O julgamento, em primeira instância, aconteceu na segunda-feira (17).

Líder religioso
Weder Alves Garcia, líder religioso condenado a 49 anos por abusos sexuais em Frutal, durante operação da Polícia Civil – Crédito: Reprodução/Redes sociais

O Pranaíba Mais publicou, à época, que o caso foi descoberto durante a operação “Voto de Silêncio”, deflagrada pela Polícia Civil em agosto de 2023.

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De acordo com as investigações, Weder usava sua posição como líder religioso para cometer os crimes em um espaço chamado “quarto do sigilo”.

Durante os rituais, ele alegava incorporar espíritos que exigiam relações sexuais para que os pedidos das vítimas fossem atendidos.

As vítimas, que incluíam crianças a partir de 9 anos, eram coagidas a manter silêncio sob ameaças de trabalhos espirituais e de uma arma de fogo apreendida durante a operação.

Condenação

A Polícia Civil informou que provas contundentes foram coletadas durante a investigação, incluindo depoimentos das vítimas, documentos apreendidos e a arma de fogo usada para intimidar.

O delegado Bruno Giovanni de Paulo, responsável pelo caso, destacou que o criminoso agia de forma sistemática, abusando da fé das vítimas para cometer os crimes.

A defesa de Weder, no entanto, alega que há vícios no processo e promete recorrer da decisão.

Em nota, o advogado Dr. Ricardo Rezende Rocha afirmou que a condenação foi influenciada por “intolerância religiosa” e que as acusações partem de rivais do centro religioso liderado por Weder.

“Nosso cliente nega veementemente os crimes e confiamos que as instâncias superiores revisarão a sentença à luz dos princípios constitucionais”, declarou.

Detalhes dos crimes

As vítimas relataram que eram forçadas a entrar em um alçapão durante os rituais, onde ocorriam os abusos.

O ambiente era marcado por imagens intimidadoras, e as vítimas eram ameaçadas para não denunciarem os crimes.

 

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