Investigação aponta divergências no horário da morte de Juliana Marins após queda em vulcão
Autópsia contradiz informações iniciais divulgadas pela agência de resgate local, Basarnas, e levanta novos questionamentos sobre o tempo de resposta das equipes de socorro
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A morte da publicitária brasileira Juliana Marins, de 26 anos, que caiu durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, no sábado (21), apresenta divergências quanto ao horário exato da morte de Juliana Marins. A autópsia contradiz informações iniciais divulgadas pela agência de resgate local, Basarnas, e levanta novos questionamentos sobre o tempo de resposta das equipes de socorro.

Enquanto a agência de resgate Basarnas afirmou que Juliana morreu na noite de terça-feira, (24) — horário local, o médico legista responsável pela autópsia apontou que ela pode ter morrido apenas na quarta-feira, (25), ou seja, entre 6 e 24 horas após o horário divulgado inicialmente.
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Juliana pode ter sobrevivido até o dia do resgate
Segundo o legista Ida Bagus Alit, que examinou o corpo no hospital em Bali, Juliana Marins pode ter morrido entre 1h e 13h da quarta-feira, (25) — horário local, ou seja, entre 14h de terça-feira e 2h da madrugada de quarta-feira no horário de Brasília.
Isso significa que Juliana ainda poderia estar viva no momento em que a Basarnas declarou sua morte, na noite de terça-feira (cerca de 20h na Indonésia, 9h em Brasília).
O médico também deu uma estimativa alternativa, afirmando que a morte teria ocorrido de 12 a 24 horas antes da chegada ao hospital, o que colocaria o óbito entre 20h40 de terça (25) e 8h40 de quarta (26) — intervalo correspondente a entre 9h40 e 21h40 de terça (horário de Brasília).
Trauma e hemorragia foram as causas da morte
A autópsia revelou que a causa da morte foi uma hemorragia interna intensa, causada por fraturas múltiplas nas costas e no tórax. A equipe médica descartou a possibilidade de morte por hipotermia, já que não havia sinais típicos de lesão por frio nas extremidades.
Segundo o relatório, uma vez iniciado o sangramento, a morte teria ocorrido em menos de 20 minutos.
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Brasileiros pedem por justiça
Comovidos pela morte de Juliana Marins, internautas brasileiros manifestaram revolta nas redes sociais oficiais do governo da Indonésia. Nos comentários, usuários se comunicaram não só em português, mas também em inglês e na língua oficial do país, o indonésio, para cobrar respostas sobre o caso.
Cronologia da tragédia
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Sábado, 21 de junho
6h da manhã na Indonésia (21h do dia 20 no Brasil) – Juliana caiu durante a trilha; -
Domingo, 22 de junho
Juliana Marins foi vista viva em imagens de drone; -
Segunda, 23 de junho
Ela foi vista presa num penhasco, mas já sem se mexer; -
Terça, 24 de junho
19h na Indonésia (8h do dia 24 no Brasil), as equipes encontraram Juliana morta; -
Quarta, 25 de junho
Entre 1h e 13h na Indonésia (entre 14h do dia 24 e 2h do dia 25 no Brasil), autópsia indica que Juliana pode ter morrido nesse período, ou seja, depois do horário informado; -
Por volta das 9h na Indonésia (22h do dia 24 no Brasil), corpo é resgatado e levado para Bali;
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Quinta, 26 de junho
Manhã na Indonésia (madrugada no Brasil), autópsia confirma causa da morte: ferimentos graves e hemorragia.