Ex-jogador agride a namorada com cerca de 60 socos e é preso; veja os vídeos

Um vídeo de violência contra mulher tomou conta das redes socias nesta terça-feira (29). A gravação, feita por câmeras de segurança, mostra o momento em que um homem agride a namorada com cerca de 60 socos.

O ex-jogador de basquete Igor Eduardo Pereira Cabral, de 29 anos, foi preso após espancar a namorada com dezenas de socos dentro de um elevador em Natal (RN). O caso, registrado por câmeras de segurança do condomínio, causou indignação nas redes sociais e reacendeu o debate sobre os altos índices de violência contra a mulher no país. A vítima, de 35 anos, teve o rosto desfigurado e sofreu múltiplas fraturas. O agressor responderá por tentativa de feminicídio.

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Igor Eduardo foi flagrado pelas câmeras de segurança do elevador agredindo a companheira de 35 anos dentro do condomínio onde moravam, no bairro de Ponta Negra, Zona Sul de Natal. Ele desferiu cerca de 60 socos no rosto da vítima, deixando sua face desfigurada. Ela sofreu múltiplas fraturas na face e no maxilar, e precisará ser submetida a cirurgia.

O crime aconteceu no último sábado, dia 26 de julho, por volta das 16h. Durante agressão, o porteiro do condomínio teria visto a ação pelas câmeras de segurança e acionado a Polícia Militar. O homem foi segurado por moradores do prédio e preso em flagrante pela polícia. Durante a audiência de custódia, a Justiça converteu a prisão em preventiva.

A justificativa dada por Igor Eduardo, segundo a delegada do caso, foi que ele teria tido uma crise de claustrofobia dentro do elevador. A versão foi recebida com ceticismo pelas autoridades. “Ao meu ver, isso não é nenhuma justificativa para o que foi feito”, declarou a delegada.

ATENÇÃO: IMAGENS FORTES

Momento em que Igor agride a namorada com cerca de 60 socos – Crédito: Câmeras de segurança/Divulgação

Em entrevista para a Record, a vítima declarou: “Eu já esperava que ele não fosse a pessoa mais calma do mundo, mas também não esperava que ele fosse capaz disso. Eu espero que ele pague por tudo que ele fez e que nenhuma mulher passe nas mãos dele”.

De acordo com as investigações, o motivo da discussão que antecedeu o ataque teria sido uma crise de ciúmes por parte do agressor. As autoridades aguardam o depoimento oficial da vítima para verificar se há registros de agressões anteriores, o que pode agravar ainda mais a situação do ex-jogador perante a Justiça.

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte trata o caso como tentativa de feminicídio. Segundo o Código Penal, a pena para esse tipo de crime pode variar entre 6,8 anos e 26,8 anos de prisão, a depender do entendimento do juiz e das provas reunidas. Caso não seja comprovado o dolo homicida (intenção de matar), o agressor poderá responder por lesão corporal gravíssima, cuja pena varia entre 2 e 8 anos, mas pode ser ampliada por ter ocorrido no contexto de violência doméstica.

Ex-jogador agride a namorada com cerca de 60 socos e é preso em flagrante – Crédito: Divulgação

Violência contra a mulher em números

O caso de Natal reforça uma estatística preocupante. De acordo com dados do Ministério das Mulheres, o número de denúncias de violência contra a mulher feitas à Central Ligue 180 teve crescimento expressivo em 2024. Somente em Minas Gerais, foram 64.484 atendimentos, um aumento de 13,9% em relação ao ano anterior. As denúncias passaram de 11.656 em 2023 para 12.815 em 2024, sendo a maioria feita pelas próprias vítimas.

O ambiente doméstico ainda é o principal local das agressões. Mais da metade dos registros apontam que a casa da vítima ou a residência compartilhada com o agressor foi o local do crime. A frequência também assusta: 46% das mulheres atendidas relataram sofrer violência diariamente, o que evidencia a permanência e a gravidade do problema.

Outro dado alarmante é o perfil dos agressores: companheiros, ex-companheiros ou maridos estão entre os principais autores das agressões. Mulheres negras são as mais atingidas; foram mais de 53 mil denúncias em 2024 feitas por vítimas pretas ou pardas.

Ligue 180: acolhimento e denúncia

Diante do aumento dos casos, o Ligue 180 foi reformulado e ampliado pelo Governo Federal. O canal agora oferece atendimento via telefone, whatsApp, e-mail e chat online, funcionando 24 horas por dia, inclusive nos fins de semana. Além de registrar denúncias, a central também orienta mulheres em situação de risco, indicando serviços especializados e articulando o encaminhamento com os órgãos competentes.

Em 2024, foram mais de 750 mil atendimentos registrados no país, uma média de 2 mil por dia. O whatsApp tem se mostrado um canal promissor, com aumento de mais de 60% no número de atendimentos.

A Ministério das Mulheres destaca que o crescimento nos números também reflete o aumento da confiança das mulheres no canal. “Temos investido em campanhas, na qualificação do atendimento e na estruturação da rede de apoio para que as mulheres não se sintam sozinhas”.

Como denunciar

Se você ou alguém que conhece está em situação de violência, canais de ajuda:

• 180 – atendimento gratuito, 24h por dia, em todo o Brasil.

• WhatsApp: (61) 99610-0180

• Polícia Militar: 190 (em caso de emergência)

• Polícia Civil: 181

A denúncia pode ser anônima e é fundamental para interromper o ciclo de violência.