Criança é resgatada morta 10 horas após queda em cânion no RS
Bianca Zanella, de 11 anos, estava em um passeio com a família quando caiu de um mirante no Cânion Fortaleza, localizado na Serra Gaúcha
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Queda em cânion terminou em tragédia durante um passeio em família na Serra Gaúcha. Bianca Zanella, de 11 anos, caiu de um mirante no Cânion Fortaleza, em Cambará do Sul, e foi encontrada morta dez horas após a queda. A menina, que tinha transtorno do espectro autista, teria se afastado dos pais por volta das 13h30, quando despencou de uma altura de 70 metros. O corpo foi localizado às 17h30 com auxílio de um drone, e o resgate, feito com cordas, só foi concluído às 23h. A família, de Curitiba (PR), estava de férias na região.
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Bianca Zanella estava com os pais e dois irmãos menores quando o grupo decidiu retornar para a base do parque, onde há uma área de alimentação. Segundo o secretário de Turismo de Cambará do Sul, Andrews Mohr, os pais caminhavam com as crianças quando a menina mais velha saiu correndo em direção ao penhasco. O pai ainda tentou alcançá-la, mas não conseguiu impedir a queda. A área do mirante onde o acidente aconteceu não possui cercas de proteção.
Equipes do Corpo de Bombeiros de Canela, Gramado e do Batalhão de Busca e Salvamento de Porto Alegre foram mobilizadas. O resgate contou com apoio aéreo da Brigada Militar e de bombeiros voluntários da região. As condições climáticas impediram o uso de helicóptero no local. Com isso, as equipes usaram cordas para descer até o corpo da menina, encontrado em um trecho sem vegetação, no centro do cânion.
“Hoje […] por volta das 13h30, o Corpo de Bombeiros Militar foi acionado […] por volta das 17h30, com auxílio de um drone, a vítima foi localizada […]. Próximo das 23h, chegaram até a vítima, que infelizmente já estava sem vida”, informou a corporação em nota.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), também se manifestou nas redes sociais: “Quero deixar um abraço, solidariedade, todo o meu carinho para a família que certamente nesse momento sente uma dor imensa, uma perda irreparável. E quero destacar e agradecer toda a dedicação das nossas forças de segurança”.
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A concessionária Urbia, que administra os serviços de apoio à visitação do Parque Nacional da Serra Geral, lamentou o ocorrido e afirmou que mantém o local fechado nesta sexta-feira (11), em sinal de luto. “A companhia segue cooperando com as investigações sobre o caso”, declarou em nota.
A Polícia Civil abriu inquérito para apurar as circunstâncias da morte e iniciou as diligências ainda na tarde de quinta-feira. Segundo a delegada Fernanda Aranha, já foram colhidos depoimentos e requisitadas perícias no local, com o objetivo de esclarecer a dinâmica do acidente e verificar se havia falhas de segurança ou sinalização no local.
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O local da queda
O Cânion Fortaleza é uma das principais atrações naturais da Serra Gaúcha. Fica no Parque Nacional da Serra Geral e impressiona pelos paredões que lembram muralhas — são 7,5 km de extensão, 2 mil metros de largura e altitude superior a mil metros, e o parque conta com diversas trilhas autoguiadas. A trilha do Mirante, por exemplo, oferece uma visão panorâmica do cânion e da planície catarinense.

Segundo informações da prefeitura, o local costuma receber muitos visitantes interessados em ecoturismo e caminhadas. Apesar disso, o ponto onde ocorreu o acidente não contava com barreiras físicas ou cercas protetoras, o que reacende o debate sobre segurança em áreas de risco dentro de parques naturais.
Relembre o caso Juliana Marins
O acidente de Bianca traz à tona lembranças de outro caso recente que chocou o país. Em junho deste ano, a publicitária Juliana Marins, de 26 anos, foi resgatada morta cinco dias após cair de uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia. Ela viajava sozinha pela Ásia e caiu de um penhasco no dia 20 de junho. O corpo foi localizado no dia 24 e resgatado no dia seguinte, após uma difícil operação em terreno íngreme e sob clima instável. Os casos reacende a discussão sobre segurança e preparo de visitantes em áreas de risco.