Autópsia em Juliana Marins revela que morte ocorreu minutos após queda

Laudo aponta que a publicitária teve trauma contundente que causou fraturas, lesões internas e hemorragia fatal; ainda não se sabe sobre o translado do corpo

, em Uberlândia

-

Após o resgate da brasileira na quarta-feira (25), o corpo passou por autópsia em um hospital da Indonésia. Segundo o laudo divulgado nesta sexta-feira (27), a autópsia em Juliana Marins revelou que a jovem morreu cerca de 20 minutos após o acidente, vítima de trauma contundente que causou fraturas, lesões internas e uma hemorragia fatal.

O caso ganhou grande repercussão no Brasil e no exterior, tanto pela comoção em torno da morte precoce da brasileira quanto pelas críticas à lentidão da operação de resgate, que durou quase cinco dias. A família acusa as autoridades indonésias de negligência e promete buscar reparação judicial.

📲 Siga o canal de notícias do Paranaíba Mais no WhatsApp

Juliana Marins
Autópsia em Juliana Marins aponta morte 20 minutos após queda – Crédito: Instagram Juliana Marins/@ajulianamarins/Reprodução

De acordo com o médico legista Ida Bagus Alit, responsável pelo exame realizado em Bali, Juliana sofreu múltiplas fraturas, na caixa torácica, ombro, coluna e coxa, que resultaram em danos internos irreversíveis. “As lesões causaram sangramento intenso. Não havia sinais de que ela tenha sobrevivido por muito tempo após a queda”, disse o perito. Ele destacou ainda que não foram encontrados indícios de hipotermia ou ferimentos relacionados a longas exposições ao frio.

Juliana Marins caiu na sexta-feira (20) em um trecho íngreme da trilha conhecida como Cemara Nunggal, a caminho do cume do Rinjani. Vídeos gravados por drones e outros trilheiros indicam que ela ainda estaria viva nas horas seguintes à queda. No entanto, o corpo só foi resgatado na quarta-feira (25), depois de dias de buscas dificultadas pelo terreno acidentado e pelo mau tempo.

Autópsia em Juliana Marins

A autópsia foi realizada na noite de quinta-feira (26), no Hospital Bali Mandara, após o corpo ser transferido da ilha de Lombok, onde fica o vulcão, em uma longa viagem de ambulância. A ausência de médicos legistas na província forçou o deslocamento até Bali. Embora o tempo exato da morte não possa ser determinado com precisão, os sinais clínicos apontam para um falecimento quase imediato, conforme afirmou o médico responsável.

A morosidade do resgate levantou críticas nas redes sociais e gerou uma onda de comoção no Brasil. Internautas cobraram explicações da Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia (Basarnas) e do presidente do país, Prabowo Subianto. A principal pergunta dos familiares e amigos de Juliana é: ela poderia ter sobrevivido se tivesse sido socorrida a tempo.

×

Leia Mais

Em uma conta no Instagram criada para dar visibilidade ao caso, a família acusa diretamente as equipes locais. “Juliana sofreu negligência grave por parte da equipe de resgate. Se tivesse sido socorrida nas primeiras sete horas, estaria viva”, diz uma das publicações. Os parentes prometem acionar a Justiça para responsabilizar os envolvidos.

Em resposta às críticas, o chefe do Parque Nacional do Monte Rinjani, Yarman Wasur, afirmou que a operação foi feita conforme os protocolos e que o atraso foi causado por fatores climáticos e pela geografia extrema da região. “O local da queda é de difícil acesso e as mudanças rápidas no clima prejudicam a visibilidade. Além disso, a vítima foi encontrada em um ponto diferente do estimado, o que dificultou o rastreamento”, declarou. A Basarnas também argumentou que o relevo acidentado e a instabilidade do tempo atrasaram o resgate.

Translado do corpo

O translado do corpo está sendo coordenado pelo Itamaraty, com apoio do Governo Federal e da Prefeitura de Niterói. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Ministério das Relações Exteriores está prestando toda assistência à família. O prefeito de Niterói Rodrigo Neves também se comprometeu a custear o translado até o Brasil.

Juliana Marins era natural de Niterói (RJ), praticante de pole dance e amante da natureza. Desde fevereiro, ela viajava sozinha pela Ásia, tendo passado por países como Filipinas, Vietnã e Tailândia antes de chegar à Indonésia. Nas redes sociais, registrava as aventuras e mostrava entusiasmo com a experiência.