Após crime, Renê Júnior mandou mensagem à esposa: “Amor, não fiz nada”
Mensagens entre casal também revelam que delegada sabia que o marido usava sua arma; Renê Júnior foi indiciado pela morte do gari em BH
O empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, 47, indiciado pela morte do gari Laudemir de Souza Fernandes, 44, mandou mensagens para a esposa delegada logo após o crime, em Belo Horizonte. “Estava no lugar errado, na hora errada. Amor, não fiz nada”, diz uma das mensagens obtidas pela Polícia Civil, as quais a RECORD teve acesso. O inquérito policial foi encerrado e divulgado no último dia 29. Renê Júnior foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, ameaça e porte ilegal de arma.
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O empresário foi preso no dia do crime, em 11 de agosto, em uma academia de luxo. A polícia encontrou em mensagens escritas horas depois do homicídio, enviadas do celular de Renê Júnior para Ana Paula Lamego Balbino, que é delegada da Polícia Civil. Nelas, o homem pede à mulher que entregue somente a pistola que não foi usada no crime.
“Entrega a nove milímetros. Não pega a outra”, escreveu Renê Júnior para a esposa. Segundo a Polícia Civil, outras mensagens trocadas entre o casal comprovam que Ana Paula Balbino emprestava sua arma para o marido. A delegada foi indiciada por porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, porque permitiu que o empresário usasse a pistola calibre 380.
Conforme o inquérito policial, a delegada não respondeu às mensagens do marido. A mulher está afastada de seu cargo na Polícia Civil por 60 dias, para tratamento médico, desde 13 de agosto. Ela também foi substituída no Comitê de Ética em Pesquisa da Academia da Polícia Civil no dia 28 do mesmo mês.
Apesar das revelações das mensagens, ainda há outras trocadas entre o casal que foram apagadas. As mensagens apagadas deixaram uma lacuna na investigação. A informação foi divulgada pelo delegado Matheus Moraes durante uma coletiva de imprensa.

Relembre o crime
Renê Júnior confessou ter disparado contra o gari Laudemir Fernandes, 44, em um depoimento no dia 18 de agosto, em BH. A confissão veio após o laudo balístico apontar que o tiro que matou a vítima saiu da arma que o empresário transportava no carro.
O gari foi morto durante uma briga de trânsito enquanto ele trabalhava, no bairro Vista Alegre. O empresário foi passar pela rua onde os trabalhadores estavam e se irritou com a passagem do caminhão de lixo pela via. Segundo testemunhas, Laudemir foi morto tentando defender a motorista do caminhão, que era ameaçado por Renê Júnior.