Alvo da CPI das Bets, influenciadores de Araguari que usavam rifas para ganhar dinheiro são investigados

Os influenciadores de Araguari, suspeitos de integrar um grupo criminoso com atuação nacional, são alvo da operação "Camarilha"

, em Uberlândia

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O Ministério Público (MP) deflagrou, por meio da Polícia Civil, a segunda fase da operação “Camarilha” nesta sexta-feira (13), em Araguari, que visa desarticular uma organização criminosa formada por influenciadores digitais e envolvida em lavagem de dinheiro, estelionato e na contravenção penal de jogo de azar.

Segundo o MP, o grupo tem atuação nacional, nas cidades de Brasília (DF), Praia Grande (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Porto Alegre (RS), além da cidade mineira. O grupo criminoso movimentou cerca de R$ 18 milhões entre setembro de 2023 e abril de 2025, e vendia rifas sem filantropia e sem fim social através dos influenciadores digitais.

Ainda de acordo com o Ministério Público, o esquema criminoso desvendado na operação é alvo da Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado Federal, conhecida como CPI das Bets.

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Influenciadores de Araguari envolvidos em grupo criminoso usava rifas para enganar pessoas
Influenciadores de Araguari recebiam 65% do valor arrecadado com as rifas – Crédito: Polícia Civil/Divulgação

A investigação começou no dia 13 de abril de 2023. A primeira fase era voltada para a apuração de falsidade ideológica e jogos de azar. Segundo o Ministério Público, a associação criminosa era liderada por um advogado de Araguari, com a participação de um contador de Brasília, três influenciadores de Araguari e três empresários – da cidade mineira, de Praia Grande, Rio de Janeiro e de Porto Alegre.

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Como funcionava o esquema

Segundo o Ministério Público, o grupo utilizava uma empresa de capitalização, que é uma instituição financeira que oferece títulos de capitalização, uma forma de investimento que permite ao titular acumular capital e concorrer a prêmios. O esquema contava com três instituições filantrópicas de fachada para enganar a sociedade e receber os recursos arrecadados.

A associação criminosa conseguiu autorização da Superintendência de Seguros Privados, vinculada ao Ministério da Fazenda, para comercializar os Títulos de Capitalização da Modalidade Filantrópica Premiável, que é um tipo de título em que parte do dinheiro vai para instituições beneficentes e o titular ainda concorre a sorteios de prêmios.

No entanto, a empresa exigia a contratação de outras duas empresas intermediárias. Uma delas era a responsável por indicar as três entidades filantrópicas, que eram obrigadas a contratar os influenciadores digitais e a segunda empresa. O valor arrecado para as instituições era, então, repassado para os criminosos.

Conforme o MP, foi constado que do valor recebido para a entidade, cerca de 65% era devolvido aos influenciadores digitais e 20% enviado para uma das empresas envolvidas no esquema. Outra instituição ficava apenas com 5% do valor arrecadado.

Ações realizadas

Foram realizados três mandados de busca e apreensão, sendo que foram apreendidos 10 carros. Segundo o MP, ainda há diligências em curso para a efetivação total das medidas da decisão judicial.