Morte de baterista do Karametade chama atenção para o melanoma
Dodô, de 52 anos, enfrentava um melanoma, tipo agressivo e perigoso de câncer de pele; entenda os riscos, sinais e formas de prevenção da doença
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Morte de baterista do Karametade chama atenção para os riscos do melanoma, o tipo mais grave de câncer de pele. Douglas Souza Arruda, conhecido como Dodô, faleceu aos 52 anos após lutar contra a doença, que tem alto potencial de metástase e costuma surgir como uma pinta escura de bordas irregulares. O caso reacendeu o alerta sobre a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento médico ao menor sinal de alteração na pele.

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A notícia foi confirmada nas redes sociais por Vavá, vocalista e um dos fundadores do grupo. Em tom emocionado, ele homenageou o amigo e colega de palco: “A luta foi grande contra um melanoma. Meu irmão, um cara alegre, de sorriso fácil, simpático e uma pessoa incrível, que agora mora lá no céu. Seu legado nunca se apagará”.
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Dodô fez parte da formação clássica do Karametade, grupo que marcou a década de 1990 com sucessos como Decisão, Ilusão e Morango do Nordeste. Mesmo após a saída de Vavá para carreira solo, Dodô permaneceu na banda até a sua dissolução em 2005, e participou da turnê comemorativa de 25 anos, em 2020.
O que é o melanoma?
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o melanoma é o tipo de câncer de pele mais agressivo e letal, justamente por sua alta capacidade de metástase, ou seja, quando o tumor se espalha para outros órgãos. Ele se origina nos melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina, pigmento que dá cor à pele.
Embora represente apenas cerca de 4% dos tumores malignos de pele, o melanoma responde por uma parte significativa das mortes relacionadas ao câncer de pele no Brasil e no mundo. Dos 1,3 milhão de casos anuais de câncer de pele no planeta, cerca de 300 mil são melanomas.
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Quem está mais vulnerável?
O melanoma é mais frequente em adultos brancos, mas pode atingir qualquer pessoa. Em indivíduos de pele negra, costuma aparecer em áreas mais claras, como palmas das mãos e plantas dos pés. Já em peles claras, é comum surgir em regiões mais expostas ao sol: rosto, pescoço, pernas e tronco.
A principal manifestação inicial costuma ser uma pinta ou mancha escura com bordas irregulares, que pode crescer, coçar ou descamar. Uma lesão pré-existente que muda de cor, forma ou tamanho também pode ser um indicativo.
Como identificar? A regra do ABCDE
Para facilitar a identificação de possíveis melanomas, médicos e especialistas orientam o uso da regra do ABCDE:
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Asimetria: uma metade da pinta é diferente da outra;
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Bordas irregulares: contorno mal definido;
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Cor variada: diferentes tonalidades numa mesma lesão;
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Diâmetro: superior a 6 mm;
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Evolução: mudanças perceptíveis na lesão ao longo do tempo.
Esses sinais exigem atenção imediata e avaliação médica. O diagnóstico precoce pode salvar vidas.
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Diagnóstico e tratamento
O primeiro passo é a avaliação clínica feita por um médico, especialmente um dermatologista. Em casos suspeitos, o exame de dermatoscopia permite observar camadas da pele invisíveis a olho nu. Caso necessário, a lesão é retirada por biópsia e encaminhada para exame histopatológico, que confirma o diagnóstico.
Nos últimos anos, o avanço da imunoterapia e a popularização da dermatoscopia têm contribuído para diagnósticos mais precoces e tratamentos mais eficazes, aumentando significativamente a sobrevida de pacientes com melanoma.
Um alerta que fica
A perda de Dodô, que marcou gerações com seu talento no Karametade, chama atenção para uma doença muitas vezes negligenciada. O melanoma pode ser silencioso no início, mas evolui rapidamente se não tratado. Evitar a exposição excessiva ao sol, usar protetor solar diariamente e ficar atento a mudanças na pele são medidas simples, mas essenciais.