Após uma determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, a rede social X (antigo Twitter) retomou o seu funcionamento no Brasil na noite da última terça-feira (8). A medida ocorreu mediante o pagamento de uma multa no valor de R$28,6 milhões à justiça brasileira.
O ministro ordenou a suspensão da plataforma após diversas tentativas fracassadas de colaboração com a justiça e também pelo fato de a empresa não possuir um representante legal da plataforma no Brasil.
Durante 39 dias de bloqueio, alguns dos cerca de 21,5 milhões de usuários brasileiros no X decidiram migrar para plataformas semelhantes, como uma alternativa de preencher o vazio deixado pelo X.
Crescimento expressivo da concorrência
A plataforma que mais se beneficiou com este movimento foi a C. A rede social lançada em 2022, usa uma arquitetura aberta com o objetivo de garantir que os usuários tenham mais liberdade e controle sobre os próprios dados.
Criada pelo cofundador e ex-CEO do Twitter, Jack Dorsey, o Bluesky mantinha em maio de 2024 cerca de 6,3 milhões de usuários mensais ativos antes do bloqueio do X. Após a suspensão do Twitter no Brasil no final de agosto, o Bluesky ultrapassou a casa dos 10 milhões de usuários.
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Já o Threads, aplicativo desenvolvido pela equipe do Instagram, alcançou no mês de julho a marca de 175 milhões de usuários mensais. O aplicativo apresenta dinâmica parecida com a do X, pois permite criar publicações de até 500 caracteres, com opção de incluir links, fotos, carrosséis e vídeos de até 5 minutos.
Mas apesar de ter herdado uma grande parte de seus usuários do Instagram, durante o bloqueio do X, o Threads apresentou um crescimento proporcional mais tímido, se comparado com os números da concorrente Bluesky. A informação mais recente, divulgada pela Tec Mundo, é que atualmente o Threads conta com pouco mais de 200 milhões de usuários.
Comparativo de buscas entre plataformas no período em que o X esteve suspenso no Brasil – Crédito: Google
Influenciadores foram prejudicados
Mas enquanto alguns lucraram com a ausência, outros sofreram consequências no campo social, profissional e até financeiro. Como é o caso da influenciadora digital de 34 anos, Franciele Almeida Grossi, que perdeu parte do seu engajamento nas redes sociais, após o bloqueio do Twitter pela justiça brasileira.
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Grossi que participou de diversos reality shows, atualmente trabalha como modelo, criadora de conteúdo e apresentadora de podcast. Ela conta que nos períodos em que participa de reality show, faz parte da rotina comentar em todas as redes sociais: “É mais no Twitter que a gente consegue colocar links. Consegue ter uma rede de fãs de uma comunidade, que acompanha a gente desde o primeiro reality”.
Segundo a influenciadora, o fato de não poder comentar no X e não ter a disposição a rede de fãs, acaba baixando o engajamento e trazendo prejuízos, que incluem também o campo financeiro. Franciele relembra que durante a exibição de sua participação no programa da Record ‘Acerte ou Caia’ com Tom Cavalcante, não foi possível repercutir no X.
“Por exemplo, eu participei em um programa do Tom Cavalcante, na Record, que eu gostaria de estar fazendo umas enquetes antes de passar na televisão. E normalmente a gente faz isso no Twitter para as pessoas assistirem, compartilharem o link, fazerem hashtags para subir no dia que você está passando ao vivo, para o programa engajar”, disse Grossi.
