Ministério Público acusa ex-diretor de hospital e assessores de esquema ilegal em João Pinheiro

Ação civil aponta cobranças de valores indevidos para agilizar atendimentos médicos no SUS; três acusados são processados por enriquecimento ilícito e improbidade administrativa

Matheus Borsato e Kauê Altrão , em Uberlândia

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O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) move uma ação civil por improbidade administrativa contra o ex-diretor administrativo do Hospital Municipal de João Pinheiro, Osmar Xavier Rodrigues e outros dois envolvidos.

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Hospital Municipal de João Pinheiro
Investigações apontam que funcionários cobravam para acelerar cirurgias e transferências em hospital de João Pinheiro. – Crédito: Google Street View/ Reprodução

Esquema ilegal em atendimentos médicos em João Pinheiro

Conforme a denúncia, os réus estariam envolvidos em um esquema de cobrança de propinas para acelerar o atendimento de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), cobrando quantias de até R$ 3 mil para realizar transferências hospitalares e cirurgias de maneira mais célere.

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A investigação aponta que, durante seu cargo no hospital entre 2020 e 2022, Osmar Xavier teria cobrado de familiares de pacientes para intervir na “fila do SUS.” Em um dos casos relatados, ele solicitou o valor para transferir um paciente para Belo Horizonte a fim de realizar uma cirurgia ortopédica.

O pagamento foi feito via transferência bancária. Posteriormente, o valor foi dividido entre os acusados, conforme evidenciado em extratos bancários anexados ao processo.

José de Assis, na época, assessor parlamentar da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em Belo Horizonte, utilizava sua influência para manipular o agendamento de consultas de pacientes da cidade de João Pinheiro.

Segundo o processo, ele recebia, diretamente e em dinheiro, vantagens indevidas para fornecer os horários de atendimento em endereços situados na capital mineira.

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Outro caso descrito pelo MPMG envolve a cobrança de R$ 650,00 de uma paciente que aguardava atendimento ortopédico há mais de dois anos.

Além das acusações de enriquecimento ilícito, o Ministério Público pede a perda de funções públicas e a suspensão dos direitos políticos dos envolvidos por até 14 anos.

Nossa equipe de jornalismo entrou em contato com os envolvidos e a prefeitura de João Pinheiro, mas até o momento não tivemos retorno.