A geada registrada na última semana causou danos significativos nas lavouras de café, comprometendo a produtividade e, potencialmente, a qualidade dos grãos para a safra de 2025.
De acordo com Eliane Cristina Cardoso, Diretora Executiva da Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado de Araguari (Coocacer), a expectativa era de uma safra alta em 2025. No entanto, a extensão dos danos ainda é incerta, o que gera apreensão entre os produtores. “Esse dano não afeta apenas o produtor, mas toda a comunidade, impactando o trabalho e o emprego na região”, afirma Eliane.
João Paulo, produtor rural com mais de 25 anos de experiência, relata que nunca enfrentou uma situação como esta em sua propriedade. Dos 15 hectares de café plantados, sete foram severamente afetados pela geada, resultando em um prejuízo significativo de quase R$500 mil para o produtor. “A planta estava em um estado vegetativo muito bom, mas agora mostra sinais de estresse devido às queimaduras causadas pelo frio intenso”, explicou João.
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As temperaturas começaram a cair no último sábado (10), chegando a 4 graus durante a noite, conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (IMET). Mesmo com a previsão de aumento nas temperaturas nos próximos dias, os cafeicultores continuam preocupados com os impactos da geada a longo prazo. “O cálculo exato dos danos só será possível na colheita de 2025. A expectativa inicial era de 80 sacas por hectare, mas agora torcemos para alcançar entre 55 e 60”, lamenta João Paulo.
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Essa situação evidencia o impacto que condições climáticas adversas podem ter na agricultura, afetando não apenas a produção, mas toda a cadeia econômica que depende dela. A previsão de recuperação das temperaturas traz algum alívio, mas o cenário para os próximos meses ainda é de incerteza para os cafeicultores da região.