“Ia dar um tiro na minha cara”: esposa de policial penal denuncia agressão, em Uberlândia

A vítima alega que tenta terminar o relacionamento desde março, quando o policial penal foi denunciado por estupro de vulnerável, mas ele nunca aceitou a decisão

Juliana Leal e Ana Laura Mendes
, em Uberlândia
15/07/2024 ÀS 19H17
- Atualizado Há 1 mês atrás

Um policial penal, de 45 anos, está sendo procurado pela Polícia Militar (PM) depois que a esposa dele, uma mulher de 37 anos, o denunciou por agressão. A briga entre o casal aconteceu na manhã do último domingo (14), no bairro Minas Gerais, em Uberlândia.

A vítima de agressão, que não quis ter a identidade revelada, falou com o Portal Paranaíba Mais que o marido tinha acabado de chegar do trabalho, no Presídio Jacy de Assis, quando ela tentou, mais uma vez, terminar o relacionamento.

Durante a discussão, o homem a agrediu e a acertou usando uma arma de fogo. O filho dela, de 19 anos, precisou intervir para evitar que algo pior acontecesse entre o casal. “Ele disse que ia dar um tiro na minha cara. Aí meu filho entrou no meio e conseguiu jogar a arma dele no chão”, detalhou a mulher.

Fachada do Presídio Jacy de Assis, em Uberlândia, onde o policial penal trabalha
De acordo com a mulher, a discussão entre o casal aconteceu depois que o policial penal chegou do trabalho, no Presídio Jacy de Assis – Foto: TV Paranaíba/reprodução

Após a discussão, o policial penal fugiu de carro. A mulher acionou a PM e registrou o boletim de ocorrência.

A vítima teve hematomas no pescoço e ferimentos pelo corpo. Ela foi atendida na UAI Tibery e está bem.

Denúncia contra o policial penal

De acordo com a vítima, o motivo da separação seria o processo pelo qual o policial penal responde desde março de 2024. Ele é suspeito de estuprar uma paciente da ala psiquiátrica do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU).

À época, ele foi flagrado por profissionais da instituição saindo de um banheiro da unidade acompanhado da jovem de 24 anos. Ao ser questionada, a mulher disse que teria feito sexo oral no policial em troca de cigarros.

A esposa do investigado afirmou que pediu o divórcio após o episódio, mas o suspeito nunca aceitou a decisão. Ela disse que chegou a confrontá-lo sobre o assunto, mas o policial não deu nenhum detalhe do suposto crime. “Ele falou que não se lembrava”.

Fachada do Hospital de Clínicas da UFU, em Uberlândia
O policial penal é suspeito de um estupro cometido no HC-UFU, em março deste ano – foto: TV Paranaíba/reprodução

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) confirmou, na época dos fatos, que o policial penal estava no hospital fazendo a escolta de um custodiado. Em nota, nesta segunda-feira (15), a Sejusp informou que o servidor foi afastado das funções de escolta e atualizou que os demais passos administrativos ocorrerão de acordo com os resultados das apurações da Corregedoria da Sejusp, onde o caso está em trâmite.

A Secretaria ainda reforçou que também está investigando a denúncia de agressão doméstica e que não compactua com quaisquer desvios de conduta dos seus profissionais.

Nós pedimos atualização sobre a investigação também à Polícia Civil e aguardamos o retorno.

Arma recolhida

De acordo com o boletim de ocorrência, o policial penal deixou a arma de fogo em casa. O armamento e 13 munições foram recolhidos, assim como o colete balístico do suspeito.

A vítima contou que já foi agredida outras vezes, mas nunca denunciou o companheiro. Além de descrevê-lo como agressivo, ela também enfatizou que o homem enfrentava problemas com excesso de uso de bebidas alcoólicas.

A mulher revelou ao Portal Paranaíba Mais que já entrou com o pedido de medida protetiva contra o homem. “Falei com meu advogado e ele disse que é automático a medida protetiva. E eu já mandei a documentação com o pedido de divórcio”, concluiu.

Veja também

Acompanhe nossa programação ao vivo!