Promotores garantem segurança escolar e cobram atenção dos pais: “Cuidado começa em casa!”
Ministério Público afirma que escolas de Uberaba estão seguras e estrutura permitiu compreender o ocorrido e descartar outros envolvidos
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Durante a coletiva realizada na manhã desta terça-feira (20), representantes do Ministério Público reforçaram que o ambiente escolar segue seguro para o retorno das aulas. Os promotores também alertaram para a importância da participação ativa dos pais e responsáveis na rotina dos filhos.
O promotor Diego Martins Aguillar, que atua na Defesa dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes em Uberaba, afirmou que a escola onde ocorreu a morte da jovem, no último dia 8, possuía equipamentos adequados de segurança e colaborou diretamente com as investigações. “As escolas estão seguras. Dentro do que a legislação prevê, tudo está sendo feito. Se essa escola não tivesse equipamento de segurança, não teríamos conseguido chegar às conclusões que chegamos”, declarou Aguillar.
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Segundo ele, as imagens de câmeras de segurança dentro e fora da sala de aula foram fundamentais para a identificação dos suspeitos e para a exclusão de outros envolvidos. “Essas imagens nos deixam muito tranquilos quanto ao fato de não haver mais ninguém participando. Todo mundo disperso, ninguém viu o que aconteceu, era final de aula. As escolas estão preparadas para garantir segurança dentro de suas possibilidades”, reforçou.
Aguillar também destacou que casos de violência entre adolescentes podem acontecer em diferentes espaços sociais, e que não se deve atribuir insegurança exclusivamente ao ambiente escolar. “Se partirmos da premissa de que as escolas não estão seguras, teríamos que blindar praticamente todos os lugares que adolescentes frequentam — igrejas, clubes, praças. Isso poderia ter acontecido em qualquer um desses espaços”, afirmou.
Atenção redobrada em casa
A promotora Fernanda Fiorati Freitas, coordenadora regional das Promotorias de Justiça de Defesa dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes do Triângulo Mineiro, complementou a fala de Aguillar ressaltando que o cuidado com os adolescentes deve começar dentro de casa.
“A gente não pode transferir para a escola uma responsabilidade que é da família. Os pais têm a obrigação de vigiar os filhos — olhar o celular, o caderno, a mochila. Isso é responsabilidade dos pais”, pontuou.

Fernanda Fiorati reforçou que essa atenção é fundamental para identificar mudanças de comportamento que podem indicar a necessidade de ajuda ou acompanhamento psicológico.
“Os pais precisam conhecer seus filhos, saber com quem eles andam, o que falam, o que escrevem, o que gostam de conversar. Isso não é invasão: é cuidado. E é essencial para que os responsáveis possam intervir, orientar ou buscar apoio quando necessário”, disse.
Escolas de Uberaba estão seguras para retorno
Depois de quase duas semanas suspensas, as aulas no Colégio Livre Aprender, em Uberaba, foram retomadas nesta segunda-feira (19).
A volta às atividades presenciais está sendo acompanhada por uma equipe do Ministério da Educação (MEC), por meio do programa Escola que Protege, com foco em acolhimento psicossocial e reconstrução da comunidade escolar.
O suporte é coordenado pelo Núcleo de Resposta e Reconstrução de Comunidades Escolares em Casos de Violência Extrema (NRRCE), ligado à Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (SECADI).