Deolane, Virgínia e mais 14: saiba quem são os indiciados pela CPI das Bets
Relatório final da CPI das Bets aponta estelionato, publicidade enganosa, lavagem de dinheiro e uso de laranjas em plataformas ilegais de apostas
A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da Comissão Parlamentar de Inquérito, a CPI das Bets, apresentou na terça-feira (10) o relatório final que recomenda o indiciamento de 16 pessoas por crimes relacionados a apostas esportivas online.
Entre os alvos estão as influenciadoras Virgínia Fonseca e Deolane Bezerra, além de empresários e figuras ligadas ao setor de jogos de azar. Se aprovado pela CPI, o relatório será encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF) ou à Polícia Federal para análise. Confira abaixo todos os nomes dos indiciados.
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De acordo com a senadora, influenciadores digitais como Virgínia Fonseca praticam estelionato e publicidade enganosa ao promover apostas com “contas demo” que simulam altos ganhos, induzindo seguidores a acreditarem em lucros fáceis.
Virgínia, com mais de 52 milhões de seguidores, negou irregularidades em seu depoimento à CPI, mas enfrenta acusações que podem levar a até seis anos de prisão. A defesa, representada pelo advogado Michel Saliba, manifestou surpresa com o pedido de indiciamento e confia em uma revisão na votação final.
Deolane Bezerra, advogada e influenciadora com 21,5 milhões de seguidores, é acusada de crimes mais graves: estelionato, exploração não autorizada de jogos de azar, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.
A relatória aponta que ela seria sócia oculta da Zeroum Bet, empresa que opera sem autorização, utilizando “laranjas” para ocultar sua participação. Deolane, que já foi presa em Pernambuco por questões relacionadas, obteve habeas corpus do STF para evitar depoimento à CPI.
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Além delas, o relatório aponta outros indiciados, incluindo:
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Adélia de Jesus Soares
Advogada de Deolane e ex-BBB, é acusada de gerir a Payflow, usada para receber apostas ilegais, com supostos elos à máfia chinesa. A defesa chama o relatório de “coleção de inverdades” -
Ana Beatriz Scipiao Barros
Ligada à Zeroum como “administradora formal” dos negócios de Deolane -
Bruno Viana Rodrigues
Sócio da Brax, usada para movimentar recursos de apostas e lavagem de dinheiro -
Daniel Pardim Tavares Gonçalves
Sócio de Adélia na Payflow, é acusado de integrar o mesmo esquema criminoso -
Erlan Ribeiro Lima Oliveira
Ligado a Fernando, também é acusado de ocultar recursos de apostas ilegais. A defesa nega irregularidades -
Fernando Oliveira Lima (Fernandinho OIG)
Empresário acusado de ocultar a origem de valores de sites ilegais. Sua defesa nega irregularidades -
Jair Machado Junior
Também “administrador formal” da Zeroum, associado aos negócios de Deolane -
Jorge Barbosa Dias
Proprietário da MarjoSports, plataforma ilegal, apontado como articulador de organização criminosa -
José Daniel Carvalho Saturnino
Outro “administrador formal” da Zeroum, ligado a Deolane -
Leila Pardim Tavares Lima
Figura como “administradora formal” da Zeroum, vinculada a Deolane. -
Marcella Ferraz de Oliveira
“Administradora formal” da Zeroum, associada aos negócios de Deolane -
Marcus Vinícius Freire de Lima e Silva
Construiu fortuna com jogos eletrônicos e apostas antes da regulamentação -
Pâmela de Souza Drudi
Influenciadora, atuou como Virgínia, usando simulações “viciadas” para promover apostas -
Toni Macedo da Silveira Rodrigues
Acusado de movimentações para ocultar valores de sites de apostas. Sua defesa nega irregularidades
A CPI, iniciada em novembro de 2024, investigou um mercado que movimenta bilhões e revelou práticas como manipulação de resultados e exploração de vulnerabilidades sociais.
O relatório propõe medidas como a proibição de jogos como o “tigrinho” e maior regulamentação do setor. A votação do documento está marcada para esta semana, com o prazo da CPI se encerrando em 14 de junho.
O caso destaca a responsabilidade de influenciadores e a necessidade de fiscalização no setor de apostas online, enquanto os indiciados aguardam a decisão do MPF sobre possíveis denúncias criminais.