CPI das Bets chega ao fim com pedido de indiciamento de 16 pessoas, incluindo Virginia e Deolane
Além das personalidades conhecidas, o parecer também inclui empresários e operadores de sites suspeitos de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, exploração ilegal de jogos e até tentativa de influenciar decisões no Judiciário
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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas Esportivas, conhecida como CPI das Bets, deu um passo decisivo nesta terça-feira (10) com a apresentação do relatório final pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS). O documento pede o indiciamento de 16 pessoas, entre elas nomes populares das redes sociais como Virginia Fonseca e Deolane Bezerra, por suposto envolvimento em crimes ligados a apostas online e promoção irregular dessas atividades.

A entrega do relatório marca a reta final dos trabalhos da comissão, que investigou durante quase sete meses possíveis esquemas criminosos envolvendo casas de apostas digitais no Brasil.
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Apesar da baixa adesão de parlamentares e críticas internas quanto ao foco da CPI, a relatora classificou o parecer como uma “contribuição robusta” para o aperfeiçoamento da legislação.
Entre os indiciados, Deolane é acusada de estelionato, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. Segundo o relatório, ela seria sócia oculta da empresa ZeroUm, que opera por meio de uma liminar judicial e que teria sido amplamente promovida por ela nas redes sociais.
Já Virginia Fonseca, uma das influenciadoras mais seguidas do país, aparece na lista por publicidade enganosa e estelionato, ligada à divulgação de plataformas de apostas sem transparência sobre os riscos envolvidos.
Além das personalidades conhecidas, o parecer também inclui empresários e operadores de sites suspeitos de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, exploração ilegal de jogos e até tentativa de influenciar decisões no Judiciário.
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Lista de indiciados tem 16 nomes:
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Adélia de Jesus Soares: suspeita de envolvimento em esquema de ocultação de recursos ilícitos e participação em grupo criminoso organizado.
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Daniel Pardim Tavares Gonçalves: acusado de prestar falso depoimento à CPI, além de responder por lavagem de dinheiro e vínculo com organização criminosa.
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Deolane Bezerra dos Santos: investigada por promover jogos de azar e loterias sem autorização legal, além de ser apontada por possíveis fraudes, movimentações financeiras ilícitas e atuação em rede criminosa.
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Ana Beatriz Scipiao Barros: apontada por participação em atividades ilegais de apostas, além de ser suspeita de estelionato, lavagem de capital e integrar grupo criminoso.
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Jair Machado Junior: citado por envolvimento com jogos clandestinos, suspeita de enganar consumidores, movimentação financeira irregular e associação com organização criminosa.
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José Daniel Carvalho Saturnino: responde por operar jogos e sorteios sem respaldo legal, possível envolvimento em fraudes financeiras e integração de rede criminosa.
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Leila Pardim Tavares Lima: acusada de apoiar atividades ilegais de apostas, fraude contra o consumidor, movimentação ilícita de valores e participação em grupo criminoso.
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Marcella Ferraz de Oliveira: suspeita de operar jogos ilegais e aplicar golpes, além de ocultar origem de dinheiro ilícito e colaborar com organização criminosa.
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Virginia Pimenta da Fonseca Serrão Costa (Virginia Fonseca): apontada por realizar campanhas enganosas em redes sociais e por prática de estelionato.
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Pâmela de Souza Drudi: também citada por divulgar informações falsas com fins comerciais e aplicar golpes em consumidores.
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Erlan Ribeiro Lima Oliveira: investigado por lavagem de capitais e por fazer parte de associação criminosa.
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Fernando Oliveira Lima: enfrenta acusações semelhantes, com foco em ocultação de dinheiro e ligações com grupo ilegal.
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Toni Macedo da Silveira Rodrigues: apontado por movimentações financeiras suspeitas e associação com organização criminosa.
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Marcus Vinicius Freire de Lima e Silva: acusado de ocultar valores, sonegar impostos, explorar jogos proibidos e tentar influenciar decisões do Judiciário.
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Jorge Barbosa Dias: responde por lavagem de recursos, envolvimento em organização criminosa, evasão fiscal e operação de jogos clandestinos.
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Bruno Viana Rodrigues: investigado por participação em esquema de lavagem de dinheiro, integração de grupo criminoso e exploração de apostas ilegais.
A Paybrokers, empresa apontada como intermediária de pagamentos de sites de apostas, também deverá ser investigada.
Agora, o conteúdo do relatório segue para análise do Ministério Público e da Advocacia-Geral da União, que decidirão se apresentam denúncias formais com base nas conclusões da CPI.