Vaquinha para voluntário que resgatou corpo de Juliana Marins arrecada meio milhão de reais

Uma campanha de arrecadação criada na quinta-feira (26) para Agam Rinjani, o alpinista voluntário que liderou o resgate do corpo da brasileira Juliana Marins no Monte Rinjani, na Indonésia, ultrapassou R$ 522 mil até a noite deste sábado (28), quando foi finalizada. A vaquinha foi organizada pela página “Razões para Acreditar” e mobilizou mais de 16 mil doadores em menos de 72 horas.

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A história de Agam comoveu o Brasil. Ele e mais sete voluntários desceram 590 metros de penhasco sob risco constante de morte.

O acampamento foi improvisado em um ponto crítico da montanha. Agam passou a noite ao lado do corpo de Juliana, que estava preso em uma rocha. Eles estavam amarrados por corda para não deslizarem ainda mais. “Sabia que talvez não tivesse volta. Mas ela não podia ficar lá sozinha”, disse ele nas redes sociais.

O montanhista machucou a perna durante o resgate e enfrentou condições climáticas extremas. Juliana caiu em uma trilha no monte no dia 23 de junho e não resistiu após quatro dias de busca.

Inicialmente, Agam se recusou a divulgar os dados bancários, afirmando que fazia o trabalho por amor e consciência. Só concordou com a vaquinha ao prometer que dividiria o valor com os colegas de resgate e investiria em reflorestamento na região, além de equipamentos para operações futuras.

A comoção foi tão grande que seu perfil nas redes sociais ultrapassou 1,3 milhão de seguidores. O texto da campanha definiu bem o sentimento dos brasileiros: “Essa vaquinha é um agradecimento. Um abraço do Brasil inteiro para um homem que fez o impossível — só para que uma família pudesse se despedir da filha”.

A meta inicial era de R$ 150 mil. Com a rápida adesão, foi dobrada para R$ 350 mil, e superada com folga até o encerramento neste sábado.

Segundo a tradutora que acompanhou Agam em transmissões online, ele lamentou não ter conseguido trazer Juliana com vida. “Ele pediu desculpas. Disse que fez o melhor que podia, que o Rinjani é uma das regiões mais perigosas para resgate. E que só por misericórdia não morreram lá também”, afirmou.

Agam e o guia voluntário Tyo viajaram por conta própria para tentar a missão. A equipe inteira sabia dos riscos. “Se chovesse um pouco mais, todos teriam morrido juntos”, relatou.