Após polêmica, vaquinha do voluntário que resgatou Juliana é cancelada; entenda

A vaquinha do alpinista Agam ultrapassou R$ 522 mil no sábado (28), mas foi cancelada após polêmicas quanto a taxa administrativa da organização responsável

, em Uberlândia

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A vaquinha realizada para o voluntário que resgatou Juliana Marins, Abdul Haris Agam, conhecido como Agam Rinjani, foi cancelada após arrecadar mais de meio milhão. O alpinista ajudou de forma voluntária no resgate do corpo da brasileira, que morreu após cair no penhasco de um vulcão na Indonésia, na última terça-feira (24).

Em comunicado oficial compartilhado nas redes sociais, a organização “Razões para Acreditar” informou que fará a devolução integral e automática dos valores doados a partir desta segunda-feira (30). A decisão foi tomada após usuários questionarem a taxa administrativa de 20% sobre as doações. A vaquinha de Agam tinha ultrapassado R$ 522 mil até a noite do sábado (28).

Agam, voluntário que resgatou Juliana Marins
Agam disse que iria dividir o valor arrecadado com colegas do resgate – Crédito: Reprodução/Redes Sociais

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A campanha de arrecadação foi criada na quinta-feira (26) pela “Razões para Acreditar”, através do “Voaa Vaquinha”, e mobilizou mais de 16 mil doadores em menos de 72 horas. A história do voluntário que resgatou Juliana comoveu o Brasil após ele, e mais sete voluntários, se arriscarem para chegar até a brasileira em um penhasco íngreme sob risco constante de morte.

O alpinista contou nas redes sociais que passou a noite ao lado do corpo de Juliana Marins, que estava preso em uma rocha, para que ele não escorregassem mais. Agam machucou a perna durante a operação, além de enfrentar condições climáticas extremas.

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O que diz a organização

“Nos últimos dias, a Voaa, o Razões para Acreditar e outras pessoas envolvidas com a história tornaram-se alvo de ataques, ameaças, informações falsas e mensagens de ódio. Reconhecemos com humildade que, neste momento, a discussão em torno da ‘Vaquinha do Agam’ desviou a atenção da essência da campanha e, principalmente, da história que desejávamos apoiar.”

Segundo a organização, a taxa administrativa foi informada em seu site desde o início, mas reconheceram que a comunicação poderia ser mais clara. A “Razões para acreditar” explicou que utilizam a porcentagem por conta do serviço de arrecadação diferenciado que oferecem – com curadoria, verificação, produção de conteúdo, comunicação estratégica, gestão jurídica e financeira.

A organização também afirmou que acompanham o desfecho de cada vaquinha até o fim. Eles contam com uma equipe especializada e, somado à estrutura da “Razões para Acreditar”, contam com custos fixos para se manterem. “Não se trata apenas de intermediar doações, mas de oferecer um serviço completo, seguro e transparente”.

Voluntário que resgatou Juliana iria dividir o valor

Inicialmente, Agam se recusou a divulgar os dados bancários, afirmando que fazia o trabalho por amor e consciência. Só concordou com a vaquinha ao prometer que dividiria o valor com os colegas de resgate e investiria em reflorestamento na região, além de equipamentos para operações futuras.

A meta inicial era de R$ 150 mil. Com a rápida adesão, foi dobrada para R$ 350 mil, e superada com folga até o encerramento no sábado (28). Resgatada por Agam, voluntários e autoridades indonésias, Juliana caiu em uma trilha no Monte Rinjani no dia 23 de junho e não resistiu após quatro dias de buscas. O corpo dela foi içado do local na quarta-feira (25), mas segue sem voo definido para voltar ao Brasil.