Aço mais caro: tarifa dos EUA dobra e deve impactar exportações do Brasil

Segundo Trump, a medida é estratégica para "proteger a segurança nacional" e garantir empregos na indústria local

, em Uberlândia

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A indústria siderúrgica brasileira amanheceu com uma má notícia vinda de Washington. O governo dos Estados Unidos dobrou a tarifa de importação sobre aço e alumínio, que passa de 25% para 50% a partir desta quarta-feira (4). A decisão, assinada pelo presidente Donald Trump, acende o alerta vermelho para as exportações brasileiras, uma das mais afetadas pela nova política.

Trump eleva tarifa e deixa o aço mais caro e afeta Brasil, segundo maior exportador de aço para os EUA
Trump eleva tarifa e deixa o aço mais caro e afeta Brasil, segundo maior exportador de aço para os EUA – Crédito: Redes Sociais / Reprodução

O anúncio foi feito durante um evento político na Pensilvânia, estado americano onde o setor siderúrgico tem grande peso econômico e eleitoral. Segundo Trump, a medida é estratégica para “proteger a segurança nacional” e garantir empregos na indústria local.

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Brasil na linha de fogo

O Brasil, segundo maior fornecedor de aço para os Estados Unidos, exportou 4,1 milhões de toneladas para o mercado americano no último ano, ficando atrás apenas do Canadá.

A elevação da tarifa coloca em xeque a competitividade dos produtos brasileiros, que podem perder espaço num dos seus principais destinos de exportação.

Enquanto Brasil, México e outros parceiros comerciais foram atingidos pelo aumento, o Reino Unido ficou de fora da medida, graças a um acordo bilateral que mantém as tarifas nos patamares anteriores de 25%.

A diferença de tratamento reacende discussões sobre acordos comerciais mais robustos entre o Brasil e os Estados Unidos.

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Setor em alerta

Entidades da indústria brasileira ainda avaliam o tamanho do prejuízo. Além da possível retração nas exportações, existe o temor de aumento da ociosidade nas siderúrgicas nacionais e necessidade de buscar mercados alternativos, um desafio num cenário global já pressionado.

Especialistas também enxergam a decisão como um movimento político, típico de ano eleitoral nos EUA, onde medidas protecionistas ganham apelo entre eleitores de setores industriais tradicionais.