Invocação do mal 4: conheça as histórias reais que inspiraram a franquia
Último filme da franquia busca abordar um dos casos mais polêmicos do casal Ed e Lorraine Warren
-
Estreia nesta quinta-feira, nos cinemas brasileiros, o último filme da franquia que conta a história do casal Ed e Lorraine Warren. “Invocação do Mal 4: O Último Ritual”, dirigido por Michael Chaves (Invocação do Mal 3, A Freira e A Freira 2). A franquia, que conquistou os fãs de filmes de horror no mundo todo, é conhecida por ser baseada em histórias reais do casal conhecido por investigar atividades paranormais.

O filme Invocação do Mal 4 conta a história da família Smurl, que em 1976 começou a relatar eventos sobrenaturais em sua casa, em West Pittson, na Pensilvânia. Na trama, ao contrário dos filmes antecessóres, em que o casal é chamado para comprovar fenômenos supostamente ligados a seres malignos para conseguir a intervenção da Igreja, Ed e Lorraine são obrigados a interromper sua aposentadoria para ajudar uma família. Conheça a história por trás da franquia de filmes.
Quem são Ed e Lorraine Warren?

Edward “Ed” Warren Miney e Lorraine Rita Warren, naturais de Bridgeport, Connecticut, se tornaram referências mundiais na investigação de fenômenos paranormais. Ele, veterano da Marinha na Segunda Guerra e ex-policial, dedicou-se ao estudo da demonologia. Ela, clarividente e médium de transe leve, uniu suas habilidades às do marido, formando uma das duplas mais conhecidas no campo das atividades sobrenaturais.
Em 1952, o casal conhecido pelos filmes “Invocação do Mal” fundou a New England Society for Psychic Research (N.E.S.P.R.), considerada a mais antiga organização de caça-fantasmas da Nova Inglaterra. O grupo reunia profissionais de diferentes áreas — de médicos a membros do clero — para auxiliar nas análises dos supostos casos de assombração. Ao longo da trajetória, os Warren alegaram ter investigado mais de 10 mil ocorrências ligadas ao paranormal.
Entre os episódios mais notórios, está a polêmica investigação do caso “The Amityville Horror”, que projetou a dupla internacionalmente. Além disso, Ed e Lorraine escreveram livros, ministraram palestras e deixaram um legado que, até hoje, desperta curiosidade e divide opiniões entre céticos e estudiosos do sobrenatural.
📲 Siga o canal de notícias do Paranaíba Mais no WhatsApp
A história por trás de “Invocação do Mal 4: O Último Ritual” (2025)

Antes de chegar às telas de cinema em “Invocação do Mal: O Último Ritual“, o caso da família Smurl já era considerado um dos episódios mais aterrorizantes investigados por Ed e Lorraine Warren. Nos anos 1980, a família relatou viver sob constante tormento em sua casa em West Pittston, na Pensilvânia, onde estranhos ruídos, cheiros fortes e agressões físicas inexplicáveis marcaram seu cotidiano. O novo filme da franquia resgata essa história e promete levar para o público o clima de medo que cercou os Smurl.
Jack e Janet Smurl se mudaram para o duplex em 1976, mas só em 1985 começaram os relatos de manifestações sobrenaturais, como móveis se movendo sozinhos, o cachorro arremessado contra a parede e até a queda de uma das filhas da escada. Jack chegou a afirmar que foi violentado por uma entidade. A repercussão do caso atraiu a atenção dos Warren, que já haviam investigado outros episódios que inspiraram “Invocação do Mal”, e que concluíram que quatro espíritos, incluindo um demônio, assombravam a casa.
Ed Warren relatou ao jornal Times Leader que, logo em sua primeira visita, sentiu a temperatura despencar e viu uma massa escura se formar diante de si, enquanto móveis eram sacudidos violentamente. Apesar das tentativas de expulsar as entidades com água benta e crucifixo, os esforços não tiveram sucesso imediato. Ainda assim, o envolvimento dos demonologistas fortaleceu a fama do caso, que mais tarde inspiraria livros, programas de TV e, agora, mais uma produção da franquia Invocação do Mal.
Mesmo após exorcismos e orações conduzidas por religiosos, Janet Smurl afirmou em 1987 que os fenômenos continuavam. A família deixou a residência no ano seguinte e se mudou para Wilkes-Barre, enquanto a antiga casa ganhou a reputação de “amaldiçoada”. Décadas depois, a história permanece viva, seja nos relatos da filha Carin, hoje investigadora paranormal, seja na cultura pop, onde o terror vivenciado pelos Smurl continua a ecoar por meio de filmes.
“Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio” (2021)

O caso de Arne Cheyenne Johnson marcou um capítulo histórico na Justiça dos Estados Unidos ao se tornar o primeiro julgamento em que a defesa alegou possessão demoníaca como justificativa para um homicídio. Preso em fevereiro de 1981 pelo assassinato de seu senhorio, Alan Bono, Johnson afirmou estar sob o controle de uma entidade no momento do crime.
Segundo seu advogado, Martin Minella, “as cortes já lidaram com a existência de Deus. Agora, elas terão de lidar com a existência do Diabo”. O episódio teria ocorrido durante um ritual de exorcismo realizado por Ed e Lorraine Warren em David Glatzel, de 12 anos, cunhado de Johnson, no qual o réu teria desafiado o demônio a possuí-lo para proteger a criança.
Apesar do depoimento dos Warren e da alegação de possessão, Arne Cheyenne Johnson foi condenado a cumprir entre 10 e 20 anos de prisão pelo homicídio, sendo liberado apenas cinco anos depois por bom comportamento. O episódio, que combina elementos de direito, fé e paranormalidade, permanece como um dos casos mais comentados envolvendo possessão demoníaca na história jurídica norte-americana, inspirando debates sobre os limites da defesa baseada em fenômenos sobrenaturais.
Invocação do mal 2 (2016)

O segundo filme da franquia Invocação do Mal se inspira no famoso caso do “Poltergeist de Enfield”, ocorrido em 1977, no norte de Londres. A história ganhou notoriedade quando Peggy Hodgson denunciou atividades paranormais em sua casa, incluindo móveis se movendo sozinhos e sua filha de 11 anos, Janet, apresentando sinais de possessão. Fotos da época mostravam a menina levitando sobre a cama durante sessões de exorcismo, enquanto sons guturais assustadores eram registrados.
Em entrevista ao The Telegraph, Peggy Hodgson revelou que algumas declarações à imprensa foram exageradas para atrair atenção midiática, mas garantiu que a maior parte dos acontecimentos relatados era real.
Invocação do Mal (2013)

A história retratada no filme se baseia em um caso investigado por Ed e Lorraine Warren em 1970, em Rhode Island, envolvendo o casal Roger e Carolyn Perron. A família relatava experiências aterrorizantes em sua casa, como camas levitando, objetos sendo derrubados e até ataques diretos às filhas. Segundo os Warren, todas essas manifestações eram provocadas pelo espírito de Bathsheba Sherman, uma suposta bruxa satanista que teria se enforcado décadas antes atrás do celeiro da propriedade.
Durante as sessões de exorcismo, Carolyn chegou a ser possuída pela entidade, sendo arremessada por cerca de seis metros, segundo os relatos dos investigadores. Apesar da intervenção dos Warren, eles não conseguiram conter a presença maligna, e a residência foi abandonada pelos Perron em 1980, deixando o caso como um dos episódios mais emblemáticos da dupla no estudo de atividades paranormais.
As polêmicas por trás dos casal Warren
Em 1997, Steve Novella e Perry DeAngelis, do New England Skeptical Society (NESS), investigaram o trabalho de Ed e Lorraine Warren. Eles descreveram o casal como pessoas agradáveis e sinceras, mas criticaram fortemente suas alegações sobre demônios e fantasmas. Após fazerem o tour de 13 dólares e analisarem as evidências apresentadas, incluindo vídeos e artefatos, Novella e DeAngelis concluíram que nada era convincente, atribuindo os supostos fenômenos paranormais a erros comuns, como problemas com fotografia com flash. Novella afirmou que o método dos Warrens se baseava em conclusões pré-determinadas, e não em investigação científica objetiva.
A investigação evidenciou a diferença entre a abordagem cética e os métodos dos Warrens. Lorraine Warren criticou Novella e DeAngelis por não fundamentarem suas conclusões em Deus, enquanto Novella defendeu que o pensamento crítico exige análise rigorosa e verificação das alegações em relação à realidade. Um artigo do The Sydney Morning Herald citou essa investigação ao questionar a veracidade de filmes inspirados em eventos sobrenaturais. Novella destacou que, apesar da sinceridade do casal, suas alegações careciam de evidências científicas convincentes e poderiam induzir o público ao erro, confundindo a compreensão da metodologia científica correta.