Uberlândia se destaca no combate ao diabetes com acompanhamento multidisciplinar
Conheça a história de Paulo Henrique e como ele gerencia sua saúde convivendo com o diabetes com a ajuda de tecnologia e cuidados médicos em Uberlândia
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É comemorado nesta quinta-feira (14) o Dia Mundial do Diabetes, data que tem o objetivo aumentar a conscientização sobre a doença que afeta milhões de brasileiros.
O diabetes é uma das doenças crônicas que mais impacta a vida das pessoas, e, em Uberlândia, um dos principais centros de atenção à doença se destaca pela abordagem multidisciplinar, garantindo qualidade de vida aos pacientes.
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Essa doença é caracterizada pela incapacidade do corpo em utilizar a glicose, ou açúcar, do sangue de maneira adequada. A glicose é essencial, pois serve como principal fonte de energia para as células do nosso organismo.
Para que a glicose entre nas células, a insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas, é necessária. Quando há uma produção insuficiente de insulina ou resistência à ação desse hormônio, a glicose se acumula na corrente sanguínea, resultando em hiperglicemia.
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O dia a dia de um uberlandense com diabetes
Para entender mais sobre os desafios e as soluções locais, o Paranaíba Mais conversou com com Paulo Henrique Porto de Aquino, que compartilhou sua jornada de convivência com o diabetes e as estratégias que tem utilizado para manter sua saúde em dia.
Paulo Henrique, analista de testes de 32 anos, foi diagnosticado com diabetes tipo 1 em 2000, quando ainda tinha apenas 10 anos.

Na época, a informação sobre a doença era escassa, o que gerou insegurança tanto para ele quanto para sua família.
“Foi um período difícil, principalmente porque não sabíamos muito sobre a doença, mas com o apoio do meu médico, fomos aprendendo a lidar com ela”, relembra.
Hoje, com mais de 20 anos de convivência com a doença, Paulo conseguiu transformar a rotina de cuidados em algo natural. Ele realiza acompanhamento regular com um endocrinologista e faz exames de rotina a cada três meses.
Além disso, mantém uma alimentação balanceada com a ajuda de um nutricionista, prática de atividades físicas diárias, e monitora seus níveis glicêmicos pelo menos duas vezes ao dia.
“O diabetes exige cuidados constantes, mas com a tecnologia e as informações disponíveis hoje, é possível ter uma vida saudável e equilibrada”, destaca.
O paciente utiliza o sensor de glicose Accu-Check Active, que é disponibilizado gratuitamente pela Prefeitura de Uberlândia aos pacientes cadastrados no Centro Municipal de Atenção ao Diabetes (Cmad).
“Esse modelo foi uma escolha prática, já que é fornecido pelo município junto com as tiras reagentes”, explica.
Além da alimentação, Paulo também se preocupa com a atividade física, monitorando a glicose antes e depois dos exercícios para evitar a hipoglicemia.
Paulo conta que vive uma vida normal com a doença
Embora tenha enfrentado desafios no início, Paulo sente que, após tantos anos de experiência, ele consegue controlar a doença sem grandes restrições.
“Hoje, temos muito mais informações sobre a diabetes, e com o apoio de médicos e tecnologia, é possível levar uma vida normal”, afirma.
Centro Municipal de Atenção ao Diabético (Cmad)
Em Uberlândia, o Cmad, é referência no atendimento a pessoas diagnosticadas com diabetes tipo 1. A unidade oferece acompanhamento multidisciplinar, com especialistas de diversas áreas, como endocrinologia, nutrição, fisioterapia, podologia, entre outros.
Os pacientes cadastrados e assistidos pelo centro passam por consultas médicas, até orientações sobre o controle da glicemia, cuidados com os pés e até mesmo o descarte adequado de materiais usados no tratamento.
Atualmente, a unidade realiza uma média de dois mil atendimentos por mês e mais de 600 curativos.
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Além disso, o local também disponibiliza insumos como aparelhos de glicemia capilar e medicamentos necessários para o controle da doença.
O mal acompanhamento do diabetes pode gerar complicações graves
A endocrinologista Melanie Rodacki alerta para as complicações graves que podem surgir do Diabetes.
As complicações crônicas mais comuns incluem neuropatia, que se manifesta com dormência ou dor nas pernas, problemas oculares que podem avançar sem sintomas até estágios avançados, e danos renais que, se não monitorados, podem resultar em inchaços, especialmente no rosto.

A detecção precoce dessas complicações, por meio de exames regulares, é essencial para evitar consequências mais graves, já que muitas vezes os sinais só aparecem quando a doença está em estágios avançados.
Alimentação saudável e atividade física ajuda a glicose sob controle
Rodacki enfatiza a importância de uma alimentação saudável, rica em fibras e vegetais, além da prática regular de atividade física, para manter a glicose sob controle.
A endocrinologista destaca que a combinação de hábitos saudáveis com o uso de tecnologias, como sensores de glicose e bombas de insulina, pode ser extremamente eficaz, especialmente em estágios mais avançados da doença.

O controle rigoroso da glicose não apenas previne complicações, mas também melhora a qualidade de vida e o bem-estar geral dos pacientes.
Por fim, a especialista explica que além do tratamento clínico, é essencial adotar um estilo de vida que favoreça o bem-estar.
Isso inclui garantir boas noites de sono, gerenciar o estresse e manter uma rede de apoio social forte. Não fumar e evitar o consumo excessivo de álcool também são atitudes fundamentais no manejo da doença.
Quais os tipos de diabetes e os sintomas?
O diabetes tipo 1 ocorre quando o sistema imunológico ataca e destrói as células do pâncreas responsáveis pela produção de insulina.
No diabetes tipo 2, o corpo se torna resistente à insulina ou não a produz em quantidade suficiente.
Já o diabetes gestacional surge durante a gravidez, geralmente desaparecendo após o parto.
Além dos tipos, os sintomas mais comuns incluem sede excessiva, aumento da frequência urinária, cansaço constante, perda de peso inexplicada, visão embaçada e feridas de difícil cicatrização.