Mineiro morre em Portugal e família faz campanha para custear translado de mais de R$ 70 mil

Natural de Uberlândia, Eduardo faleceu na última segunda-feira na Europa e familiares criaram campanha para ajudar nos custos

, em Uberlândia

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A família do brasileiro Eduardo Pereira Dias, que morreu em Portugal na última segunda-feira (27), iniciou uma campanha nas redes sociais para pagar o translado para Uberlândia. O valor para trazer o corpo de volta ao Brasil é de 12 mil euros (mais de R$ 70 mil reais).

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Eduardo vivia em Portugal com a esposa Mylena Fernandes e o filho de quatro anos
Eduardo vivia em Portugal com a esposa Mylena Fernandes e o filho de quatro anos. Crédito: Arquivo Pessoal

A vaquinha teve início nesta quarta-feira (29) e arrecadou mais de R$ 25 mil reais em pouco mais de 24 horas no ar. A família ainda espera o atestado de óbito de Eduardo, que só será fornecido pelos órgãos de saúde de Portugal após a autópsia do corpo.

O que aconteceu?

Viúva de Eduardo, Mylena Fernandes conta que o esposo de 44 anos era diabético e tomava duas doses de insulina por dia. Ela relata que Eduardo estava passando mal desde a última quarta-feira (22). Foi levado ao hospital na sexta (24), passou por exames, foi medicado e voltou para casa.

Uberlandense morre em Portugal e família faz vaquinha para pagar translado de mais de R$ 70 mil
Uberlandense morre em Portugal e família faz vaquinha para pagar translado de mais de R$ 70 mil. Crédito: Arquivo Pessoal

Como não apresentava melhoras, ele retornou ao hospital no domingo (26), recebeu novas medicações, porém só piorava o quadro com falta de ar e suor excessivo. Na segunda (27), uma enfermeira aplicou uma injeção nele em casa. Porém, ele seguiu mal e foi preciso chamar os bombeiros para levá-lo ao hospital com urgência como explica Mylena.

“Entubaram ele, colocaram ele no oxigênio. Depois o médico me chamou, explicou o que estava acontecendo, falou que ele chegou lá em choque, que não podia tomar os remédios junto com a insulina. E aí quando a gente chegou ao hospital, na segunda-feira, ele já estava com um rim parado e o corpo não estava mais respondendo aos aparelhos.

Aí eu fui conversar com o médico, o médico falou que ele não tinha falado que tinha diabetes. E eu falei para o médico: “Olha, ele já esteve internado aqui antes duas vezes por conta da diabetes. Eles simplesmente não olharam o prontuário dele, foram lá e aplicaram injeção sem saber”

Causa da morte em investigação

Agora, a família enfrenta uma burocracia. O Centro Hospitalar Oeste, hospital onde ele foi atendido e morreu, não emitiu atestado de óbito.

Segundo explicaram para Mylena, o documento só será entregue aos familiares depois que for concluída a autopsia – exame médico-legal realizado após a morte de uma pessoa para determinar a causa do falecimento.

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O que causa apreensão na família é que ainda não há data prevista para a realização da autópsia. Para fazer o exame, o corpo será transferido de São Martinho do Porto, local onde o brasileiro morava, para a cidade de Torres Vedras.

Mylena disse que a família acionou o Consulado-Geral do Brasil em Portugal. No entanto, a repartição pública informou que não pode fazer nada porque ainda não há um atestado de óbito.

Família de Uberlândia

Filho do ex-zagueiro Oripão “Dias”, que jogou no Uberlândia Esporte na década de 1970, Eduardo viveu no Triângulo Mineiro até os 38 anos de idade.

Em agosto de 2022, mudou-se para Portugal, onde trabalhava como barbeiro e fazia extras como segurança e também como cozinheiro em um restaurante.

Eduardo deixou quatro filhos e a esposa Mylena, com quem morava em São Martinho do Porto junto com o filho mais novo de quatro anos. Os outros três filhos moram em Uberlândia.

Eduardo ao lado dos quatro filhos
Eduardo ao lado dos quatro filhos. Crédito: Arquivo Pessoal

Para ajudar no translado do corpo, a família criou uma página na internet https://www.eduardo.tecnare.com.br, onde são feitas as doações.

De acordo com o decreto 9.199/2017, “o traslado dos restos mortais de brasileiros falecidos no exterior é decisão da família e não pode ser custeado com recursos públicos.