Oito das onze vítimas da tragédia na MG-223, em Araguari, são identificadas
A Polícia Civil deu detalhes da investigação, mas ainda não determinou a causa do acidente; quantidade de passageiros ainda é divergente
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Oito das onze vítimas da tragédia na MG-223, em Araguari, foram identificadas pela Polícia Civil (PC). A identificação dos outros três passageiros que morreram depende de análises das digitais, que estão sendo realizadas por institutos de identificação de Goiás e São Paulo.
A Polícia Civil apresentou detalhes da investigação nesta quarta-feira (9), pouco mais de 24 horas após o acidente de ônibus. O delegado Luciano Alves dos Santos explicou que a causa da tragédia ainda não foi determinada. “A investigação já está em estado avançado. Nós já fizemos o local do acidente com três peritos, dois legistas na necrópsia, juntamos provas objetivas e prova testemunhal. E, ao final da investigação, com certeza vamos conseguir apontar a causa do acidente”.

Quem são as vítimas identificadas
Das oito vítimas, cinco foram identificadas por meio das digitais e outras três, reconhecidas por familiares.
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Laura Costa de Negreiros
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Lorena Costa de Negreiros
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Rogério Ribeiro de Queiroz
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Elhadi Ahmed Khalifa
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Sueli Pereira Dias Fernandes
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Suely Maria de Araújo
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Francini Batista Rodrigues Marcondes
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Maria Catarina da Silva
O corpo de Maria Catarina da Silva foi o único encaminhado ao Hospital de Clínicas da UFU, para onde ela foi levada ainda com vida, mas não resistiu aos ferimentos. O corpo foi liberado na manhã desta quarta-feira e, segundo a filha, encaminhado para Anápolis, em Goiás.

Os demais corpos ficaram a cargo do Instituto Médico Legal (IML) de Araguari. Dois foram liberados no fim da manhã, e os demais devem ser retirados ainda nesta tarde.
O que diz o motorista
Durante coletiva de imprensa, o delegado Luciano Alves, ao lado de peritos da Polícia Civil, detalhou o andamento da investigação sobre a tragédia na MG-223.
O motorista do ônibus, de 58 anos, prestou depoimento e foi liberado. “O motorista do ônibus diz que viu um vulto, um reflexo, e perdeu o controle do veículo. Ele alega isso”, detalhou o delegado.
O homem trabalha como motorista profissional há 32 anos e faz a rota entre Goiás e São Paulo semanalmente. Está na empresa Real Expresso há quatro anos. O veículo, modelo 2019/2020, estava com a documentação regular, segundo a ANTT.
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Perícia no local
O perito Daniel Luiz de Souza, um dos responsáveis pela análise técnica da cena, descreveu a gravidade do acidente, que causou ferimentos muito severos, incluindo arrancamento do couro cabeludo das vítimas. “O acidente foi muito grave, um ônibus daquele tem algumas toneladas. Foi um tombamento, que é um acidente mais simples de se analisar, mas ocorre que, além do tombamento, houve arrastamento. Então, o veículo tombou, arrastou, e nesse momento os corpos passaram para a parte inferior e daí o dilaceramento e lesões de grande intensidade em quase todos os corpos que foram resgatados debaixo do automóvel”.

A maioria das vítimas, cerca de nove pessoas, foi encontrada sob o veículo, sendo necessário removê-lo para acessar os corpos. “Nós só conseguimos removê-los depois que se utilizou um guincho. Removemos três de início, e os outros estavam mais ao meio do ônibus. Tivemos que destombar o ônibus, levantá-lo e colocá-lo na posição correta para acessar os demais corpos”, explicou Daniel.
Segundo o perito Everton Ribeiro, o fato de a maioria dos corpos ter sido lançada para fora do ônibus indica que as vítimas não estavam usando cinto de segurança. “Nós tivemos uma criança que foi ejetada durante o arrastamento do ônibus, e com certeza o cinto protegeria. O uso do cinto é muito importante nesses casos de acidente”.

Quantidade de passageiros
De acordo com a Polícia Civil, havia 54 passageiros no ônibus que seguia de Anápolis (GO) para São Paulo no momento do acidente.
A diferença entre o número de vítimas informadas pelo Corpo de Bombeiros durante o resgate e os dados da Real Expresso está sendo investigada. Há a possibilidade de que ao menos três pessoas não constassem na lista oficial de passageiros. “Nós temos a lista de passageiros, e isso será verificado ao final do inquérito. Porque temos passageiros que embarcaram, desembarcaram, outros que embarcaram. Nós vamos avaliar isso”.