Recorde brasileiro: saca de café do Cerrado Mineiro é vendida por R$ 115 mil

A saca de café com o valor recorde brasileiro foi arrematada durante o leilão do 12º Prêmio Região do Cerrado Mineiro, na noite desta quarta-feira

, em Uberlândia

Uma saca de café foi arremata por R$ 115 mil durante o leilão do 12º Prêmio Região do Cerrado Mineiro (RCM), na noite desta quarta-feira (14), e estabeleceu o recorde brasileiro de um leilão. O evento de premiação dos melhores cafés da safra, promovido pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado com apoio do Sebrae Minas arrecadou, ao todo, R$ 557 mil e parte desse montante será doado. O prêmio reuniu 60 cafeicultores finalistas da região.

Leilão no Prêmio Região do Cerrado Mineiro
Saca foi arrematada pelo consórcio formado pelo Sebrae, Carpec e Louis Dreyfus – Crédito TV Paranaíba

A saca do produtor Enivaldo Marinho Pereira, da Fazenda Cruzeiro/Cachoeira, em Carmo do Paranaíba, foi adquirida pelo consórcio formado pelo Sebrae, Carpec e Louis Dreyfus. O segundo maior lance foi para o café campeão da categoria Fermentação Induzida, produzido na fazenda São Lourenço, em Patrocínio, do cafeicultor Haroldo Barcelos Veloso, adquirido por R$ 100 mil.

Parte dos recursos será destinada ao Hospital do Amor de Patrocínio, aos projetos vencedores do Troféu Escola de Atitude e à campanha Cura para Dudu, ajudando no tratamento de Eduardo, uma criança com a rara doença SPG50.

📲 Siga o canal de notícias do Paranaíba Mais no WhatsApp

“O resultado do leilão do Prêmio Cerrado Mineiro é fruto da solidariedade da nossa Região e da competência dos cafeicultores que não medem esforços para elevar a qualidade. Estamos muito felizes pois 50% dos recursos arrecadados irão para projetos sociais em nossa região”, destacao diretor executivo da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Juliano Tarabal.

Melhores cafés safra 2024

Os melhores cafés da safra 2024 foram selecionados por um júri especializado, levando em consideração notas de sabor, corpo e o equilíbrio perfeito entre doçura e acidez. É necessária pontuação mínima de 80 pontos para ser classificados como café especial.

O Prêmio Região do Cerrado Mineiro é dividido em três categorias: Café Natural, Cereja Descascado e Fermentação Induzida, e busca valorizar os produtores que se destacam pelo compromisso com a excelência nos 55 municípios da região do cerrado mineiro.

Na categoria cereja descascado, o grande vencedor foi Flávio Márcio Ferreira da Fazenda Olhos D’água, com 90,13 pontos. “É o fruto do nosso trabalho, da equipe. Para se produzir uma café especial é preciso pessoas especiais”, afirmou em agradecimento.

E tanto na categoria fermentação induzida, pela fazenda São Lourenço, quanto na categoria café natural, dessa vez pela fazenda Vargem Grande e Pinheiros, o grande vencedor foi o produtor Haroldo Barcelos Veloso. Ele teve pontuações de 90,13 pontos e 90,58 pontos, respectivamente por categoria. “Não é fácil fazer café assim e dedico esse prêmio à minha equipe”, disse ao receber os resultados.

O Prêmio RCM é um reconhecimento aos produtores que se destacam pela alta qualidade, rastreabilidade e compromisso socioambiental na produção de café, fortalecendo a marca da Região do Cerrado Mineiro, que há mais de cinco décadas produz cafés com qualidade reconhecida e é a primeira Denominação de Origem (DO) para café no Brasil. Atualmente, 4,5 mil produtores da RCM ocupam 250 mil hectares em 55 municípios de Minas Gerais, responsáveis por 25,4% da produção do Estado e 12,7% da produção nacional.

“O Prêmio traz cada vez mais emoção para nossos produtores. Inclusive foi uma surpresa pelos problemas climáticos e ainda tivemos 547 amostras inscritas, um recorde”, disse o presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Glaucio de Castro.

A iniciativa conta com a realização das cooperativas Carmocer, Carpec, Coocacer Araguari, Coopadap, Expocacer e MonteCCer, além do apoio de sete associações: ACA, Acarpa, Amoca, Appcer, Assocafé, Assogotardo e GRE Café – Região de Araxá como apoiadoras.

“A gente está premiando histórias e os prêmios celebram essas histórias em um ano de desafios e safra menor, com maturação menos uniforme”, disse Juliano Tarabal.

LEIA MAIS:

Reconhecimento a atitudes sustentáveis e à presença feminina

Além da qualidade dos grãos, o Prêmio RCM celebra o impacto social e ambiental das propriedades. O Troféu Atitude Sustentável foi concedido à fazenda Rio Brilhante da produtora Érika Marina Carvalho Urban, que se destacou pela prática de agricultura sustentável.

Já o Troféu Escola de Atitude reconheceu a Escola Estadual Sizenando Amaral de Educação Especial, com o projeto “Sementes de Inclusão: educação especial e o mundo do café”, inscrito pela cooperativa Carpec, cujo objetivo foi explorar as interações entre a educação especial e a cultura cafeeira, investigado como a colaboração entre a equipe pedagógica e multiprofissional pode ser aprimorada para criar um ambiente educacional mais inclusivo e eficaz.

O evento também premiou as mulheres que contribuem para a inovação e qualidade no setor cafeeiro com o Troféu Mulher de Atitude. As três melhores produtoras de 2024 foram Carla Poliana da Silva Oliveira, destacando-se nas categorias Cereja Descascado e Café Natural e Beatriz Aparecida de Souza Guimarães, na categoria Fermentação Induzida.