Dólar despenca 1,7% após anúncio das tarifas de Trump
Com a desvalorização do dólar, mercados globais entram em alerta, e investidores buscam refúgio em ativos mais seguros
A recente imposição de tarifas escalonadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre produtos de países com grandes déficits comerciais com os Estados Unidos gerou uma forte reação nos mercados globais, especialmente no câmbio. Após o anúncio da medida na quarta-feira (2), o dólar despencou 1,71%, sendo cotado a R$ 5,601, refletindo o temor de recessão e incertezas econômicas no cenário global.
A desvalorização da moeda americana é acompanhada de um aumento na busca por ativos mais seguros, como o ouro e títulos de baixo risco, dado o cenário de incerteza gerado pelas tarifas.
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Trump aplicou sobretaxas de até 30% sobre produtos asiáticos, como os da China, Vietnã e Taiwan, e de até 20% sobre produtos europeus, incluindo a Alemanha e Irlanda. Já os países da América Latina, como o Brasil, sofreram tarifas mais brandas de 10%.
A medida foi anunciada em meio a um contexto de aversão ao risco, que afetou diretamente o câmbio global e causou desvalorização do dólar, enquanto a perspectiva de estagnação econômica alimenta o pessimismo no mercado.
O Brasil, por sua vez, apesar de ser impactado pelas tarifas, está em uma posição relativamente mais favorável comparado a outras economias, o que ajudou a moeda brasileira a se valorizar frente ao dólar.
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No entanto, os especialistas alertam para o impacto indireto da medida, principalmente no setor exportador brasileiro, que poderá enfrentar desafios com a redução da demanda global em um cenário de recessão.
O agronegócio também poderá ter ganhos e perdas, dependendo da reação da China e de outros países às tarifas impostas pelos EUA, especialmente no mercado agrícola.
O governo brasileiro, por meio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que tomará todas as medidas cabíveis para proteger o mercado interno, utilizando a lei da reciprocidade recentemente aprovada pelo Congresso. O governo enfatizou que o Brasil “respeita todos os países”, mas exige reciprocidade nas relações comerciais.