CPF do gado: como a rastreabilidade com brincos e chips ajuda na gestão do rebanho
Rastreabilidade digital na pecuária não só facilita o manejo, mas também garante que a carne brasileira atenda aos padrões globais de qualidade
Com a demanda global por carne crescendo exponencialmente e mercados internacionais cada vez mais exigentes em relação à origem e à qualidade do produto, os produtores brasileiros recorrem a tecnologias de rastreamento para atender a essas expectativas e garantir a competitividade.
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Um exemplo claro dessa modernização pode ser observado em fazendas como a Água Limpa, em Miraporanga, distrito de Uberlândia, que alia tradição e tecnologia para transformar o manejo de gado em um processo mais eficiente e sustentável.
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A tecnologia por trás dos brincos e chips

O uso de brincos e chips eletrônicos para identificação e rastreabilidade dos bovinos vai muito além da gestão básica. Cada animal recebe um “CPF”, composto por números únicos que contêm informações essenciais, como:
- Origem: de qual fazenda o animal veio.
- Idade e peso: dados vitais para avaliação e comercialização.
- Histórico de vacinas: para garantir o controle sanitário.
- Sistema de produção: se o animal foi criado a pasto ou em confinamento.
- Conformidade ambiental: certificação de que a propriedade segue normas ambientais e não possui irregularidades.
Essas informações são registradas e armazenadas em sistemas digitais, acessíveis por dispositivos como leitores eletrônicos, que agilizam processos e eliminam erros humanos comuns no campo.
Por que a rastreabilidade é importante na pecuária?
A rastreabilidade não é apenas uma exigência legal em muitos países da Europa, mas também uma ferramenta estratégica para os pecuaristas. O sistema não só assegura a qualidade do produto, mas também promove a transparência em todas as etapas da produção

“Com o mercado cada vez mais preocupado com a sustentabilidade e a segurança alimentar, garantir a rastreabilidade do gado se tornou uma obrigação para produtores que visam exportar sua carne”, explica Leonardo, administrador da fazenda Água Limpa.
Além disso, a tecnologia oferece benefícios práticos no manejo diário.
“Os chips e brincos agilizam processos que antes demandavam muito mais tempo e mão de obra. Hoje conseguimos rastrear cada animal com precisão, reduzindo o estresse do rebanho e aumentando a segurança de quem trabalha no campo”, completa Jorge, veterinário da propriedade.
Como funciona o CPF do gado na prática
O processo de identificação começa logo que o gado chega ao curral. Equipados com brincos e chips, os animais têm suas informações registradas em questão de minutos. A tecnologia garante que os dados sejam coletados de forma precisa, sem a necessidade de anotações manuais que podem gerar erros.

“Essa precisão é fundamental, especialmente para atender mercados rigorosos como o europeu, que exigem um controle total do ciclo de vida do animal, desde o nascimento até o abate”, comenta Rafaela, gestora de dados da fazenda.