Conclave à vista: Quem são os cardeais na disputa pelo comando da Igreja Católica?
Enquanto o Vaticano se prepara para o conclave, análises da imprensa e círculos internos destacam cardeais globais como fortes candidatos. Saiba quem são os principais nomes
A morte do Papa Francisco nesta segunda-feira (21), marca o início de um período de luto para a Igreja Católica e, simultaneamente, desencadeia o milenar processo de escolha de seu novo líder. O Vaticano volta suas atenções para o conclave, a reunião a portas fechadas dos cardeais eleitores que tem a missão de definir o próximo pontífice para guiar mais de um bilhão de católicos ao redor do mundo. Enquanto a data exata do conclave ainda não foi formalmente anunciada, intensificam-se os debates e as análises sobre os nomes mais cotados para assumir o posto máximo da Igreja.

Nos círculos internos e na imprensa especializada, diversos cardeais de diferentes partes do globo despontam como fortes candidatos, refletindo a crescente universalidade da Igreja. Conheça alguns dos nomes mencionados como possíveis sucessores:
Cardeal Matteo Zuppi (Itália): Arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana. É frequentemente associado à proximidade com Papa Francisco, destacando-se por sua atuação em negociações de paz e seu notório engajamento social e pastoral.
Cardeal Péter Erdö (Hungria): Membro do Conselho para a Economia da Santa Sé, Erdö tem um perfil mais conservador em questões doutrinárias, mas sua experiência administrativa o mantém na lista de cotados.
Cardeal Luis Antonio Tagle (Filipinas): Figura de grande carisma e vasta experiência, Tagle já liderou a Cáritas Internacional e é uma voz influente na Ásia. Sua dedicação a causas humanitárias e sociais o posiciona como um forte candidato, representando a vitalidade da Igreja em crescimento fora do eixo europeu.
Cardeal Jean-Marc Aveline (França): Arcebispo de Marselha. Considerado por alguns especialistas como alinhado à linha de Francisco, seu trabalho é reconhecido no diálogo inter-religioso e na defesa e acolhimento de imigrantes.
Cardeal Fridolin Ambongo Besungu (República Democrática do Congo): Um dos principais representantes do continente africano. O arcebispo de Kinshasa é conhecido por sua postura firme em questões de justiça social e paz em sua região.
Cardeal José Tolentino de Mendonça (Portugal): Atual Prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação. O cardeal português combina um perfil intelectual e pastoral, sendo visto como um nome em sintonia com a sensibilidade do pontificado anterior.
Cardeal Pietro Parolin (Itália): Secretário de Estado do Vaticano. Ocupando o segundo cargo mais importante da Santa Sé, possui grande visibilidade e profunda experiência na complexa diplomacia vaticana. É frequentemente apontado como um nome de consenso e habilidade política.
Além desses nomes, outros cardeais como o brasileiro Dom Leonardo Ulrich Steiner (Arcebispo de Manaus), o canadense Michael Czerny (conhecido por seu trabalho em causas sociais e migratórias) e o norte-americano Robert Francis Prevost (Prefeito do Dicastério para os Bispos) também aparecem nas análises, representando a diversidade de forças e sensibilidades presentes na Igreja.
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O Processo do Conclave:
A reunião dos cardeais eleitores para a escolha do sucessor ocorrerá na Capela Sistina. Este rito, cujo termo em latim significa “com chave” (cum clave), remete ao isolamento rigoroso dos cardeais durante o processo. Uma vez iniciada a deliberação, os participantes ficam incomunicáveis com o exterior, garantindo o sigilo da eleição.
Apenas os cardeais com menos de 80 anos na data da vacância da Sé Apostólica têm direito a voto. Reunidos em um ambiente de oração e reflexão, eles procedem a votações secretas, geralmente realizadas duas vezes pela manhã e duas pela tarde. Para ser eleito Papa, um cardeal precisa obter uma maioria qualificada de dois terços dos votos. Caso as primeiras votações não resultem em uma escolha, novas rodadas ocorrem até que um nome alcance a maioria necessária.
A comunicação do resultado ao mundo é feita de maneira simbólica através da fumaça que sai de uma chaminé instalada na Capela Sistina. A fumaça preta indica que a votação não foi conclusiva, enquanto a fumaça branca anuncia a eleição do novo Papa.
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Após a aceitação do cardeal eleito, o anúncio oficial é proferido do balcão central da Basílica de São Pedro com a tradicional frase “Habemus Papam!” (Temos um Papa!). Em seguida, o novo Sumo Pontífice surge para saudar os fiéis e conceder sua primeira bênção apostólica, a “Urbi et Orbi”. ( à cidade e ao mundo).