Cogumelos ‘misteriosos’ em Uberlândia: especialista fala sobre riscos da ingestão desses fungos
Após crianças ingerirem fungos em escola, agrônomo detalha as espécies comuns na região e como identificar as perigosas
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Um incidente envolvendo quatro crianças que ingeriram, acidentamente, cogumelos durante uma atividade externa na escola na tarde de quinta-feira (27) chama atenção de especialistas para os perigos deste tipo de fungo.
A ingestão de cogumelos desconhecidos pode representar sérios riscos à saúde. O professor e pesquisador Luciano Caixeta explica que, embora existam espécies comestíveis, como champignon e shiitake, a maioria dos cogumelos encontrados em jardins não é própria para consumo.
“Esses cogumelos de jardim aparecem com frequência, principalmente em épocas de alta umidade e calor. Muitas crianças associam o consumo de champignon a qualquer outro tipo de cogumelo, o que é um grande perigo. Alguns podem causar intoxicação, outros provocam alucinações e, em casos mais graves, podem levar à morte”, alerta Caixeta.
O especialista reforça que os cogumelos desempenham um papel ecológico importante na decomposição de matéria orgânica e na melhora da qualidade do solo, mas destaca que é essencial orientar as crianças sobre os perigos do consumo de espécies desconhecidas. Veja o vídeo:
O acidente
Em um momento de descuido dos responsáveis pelas crianças, que estavam em uma escola do bairro Shopping Park, quatro crianças ingeriram cogumelos. Eles estavam em uma atividade externa.
Uma das mães, que preferiu não se identificar, relatou ao Cidade Alerta a sua preocupação ao saber que o filho, de 2 anos e 7 meses, havia ingerido cogumelos. “Meu filho ficou sonolento, dormiu a tarde toda e agora está bem”, disse. No entanto, ela acrescentou: “Queria que fizessem algum tipo de exame para eu ficar mais tranquila.”
Após o ocorrido, a direção da escola acionou as famílias e orientou que levassem as crianças a uma unidade de saúde. Elas receberam atendimento na Unidade de Atendimento Integrado (UAI) do bairro São Jorge e foram liberadas para observação domiciliar, conforme recomendação médica.

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Posicionamento
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que a equipe da UAI São Jorge seguiu todos os protocolos médicos, contando com a orientação do Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Minas Gerais (CIATox/MG), referência para casos de intoxicação.
Já a Secretaria Municipal de Educação destacou que a Organização da Sociedade Civil (OSC) responsável pela unidade escolar está apurando o caso e assegurou que as crianças passam bem.