Maria da Fé colhe reconhecimento e turismo com azeite que conquistou o mundo
Maria da Fé, no sul de Minas, tem pouco mais de 15 mil habitantes e celebra em maio a Festa do Azeite Novo
A cidade de Maria da Fé, localizada no sul de Minas Gerais, foi responsável pela produção do único azeite brasileiro incluído na lista dos melhores do mundo. Com pouco mais de 15 mil habitantes, o município está situado a mais de 1.200 metros de altitude, em um dos vales da Serra da Mantiqueira, e se destaca não apenas pela qualidade do seu azeite extravirgem, mas também pelas baixas temperaturas que registra ao longo do ano.

Reconhecida como a cidade mais fria de Minas, Maria da Fé aposta no turismo de clima, especialmente durante o inverno, quando as temperaturas caem acentuadamente e as cerejeiras tomam conta da paisagem. Esse cenário atrai turistas de diversas partes do Brasil em busca da experiência serrana. O município também se firmou como um dos principais polos turísticos da Mantiqueira mineira.
Além do turismo, a cidade também tem sua economia impulsionada pelo artesanato, com peças que vão desde trabalhos locais até obras expostas em galerias internacionais. O setor é considerado uma importante fonte de renda e identidade cultural para os moradores da região.

Outro marco importante da cidade está na produção de azeite extravirgem. Maria da Fé foi o primeiro município brasileiro a produzir azeite a partir de oliveiras cultivadas em território nacional. Algumas dessas árvores são centenárias e espalham-se por todo o município. A marca “Cidade das Oliveiras” já se consolidou no turismo local, com rotas e experiências voltadas à cultura do azeite.
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Como parte desse reconhecimento, Maria da Fé realiza no início de maio mais uma edição da Festa do Azeite Novo, evento que celebra a colheita das azeitonas e o início da produção da nova safra. A festividade movimenta a cidade e contribui para o fortalecimento do turismo gastronômico na região.
De advogada a produtora: a história que brotou entre oliveiras e música clássica
Foi em uma visita à região que a advogada Rosana se encantou pela cultura das oliveiras. A paixão virou negócio e, em 2020, em plena pandemia e sob chuva, ela realizou a primeira colheita do seu próprio olival. Desde então, mergulhou nos estudos — inclusive com uma pós-graduação — e implementou mudanças que melhoraram a produtividade da plantação.

Entre as técnicas adotadas, está a de abrir mais espaço entre as árvores para permitir o desenvolvimento das raízes, que se espalham de forma linear sob o solo. Outra prática chamou atenção: Rosana instalou cerca de 60 caixas de som em meio ao campo para tocar música clássica para as oliveiras. Segundo ela, o uso é feito por intuição. Acredita que, assim como faz bem a ela, também possa beneficiar outros seres vivos.
Na propriedade, a colheita ocorre duas vezes por ano, acompanhando o ritmo das estações e da terra. A experiência sensorial e a dedicação à produção são elementos que reforçam o papel de Maria da Fé como referência nacional na olivicultura.