Dia Nacional do Trânsito: saiba quais são pontos mais perigosos de Uberlândia

O Dia Nacional do Trânsito, comemorado nesta quinta-feira (25), é um momento para celebrar e conscientizar sobre a segurança nas vias. No entanto, em Uberlândia, a realidade do trânsito levanta um debate urgente sobre o tema.

Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) revelam que, nos primeiros oito meses de 2025, a cidade já registrou 10.299 acidentes. Os números mostram uma complexidade que se concentra em vias específicas e afeta grupos bem definidos da população.

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As vias de maior risco e as causas dos acidentes

A análise dos acidentes em Uberlândia revela que as ocorrências se concentram em um conjunto de vias de alta circulação. A Avenida Rondon Pacheco, que atravessa a cidade e conecta bairros importantes, se destaca como o principal ponto de conflito. Com 425 acidentes registrados até agosto, a avenida lidera o ranking de 2025.

Outras vias também apresentam altos índices de incidentes: a avenida João Naves de Ávila, com 335 ocorrências, e a avenida Getúlio Vargas, que registrou 249 acidentes. O padrão de risco se mantém ao longo dos anos, consolidando essas avenidas como os pontos de maior atenção na cidade.

O motorista de aplicativo Sérgio Rodrigues confirma a percepção dos riscos diários. Em sua experiência, os locais mais perigosos são as “vias rápidas de acessos, como a Rondon Pacheco, as BRs que dão acesso aos bairros, e rotatórias em geral”. Ele afirma que a falta de atenção de motoristas e a ausência de sinalização adequada tornam esses locais propensos a acidentes, além de outros fatores como a combinação de bebida alcoólica e direção.

Os dados mostram que a principal causa por trás dessas ocorrências é a “falta de atenção”. Esse fator, que aparece em mais de 73 mil acidentes na última década, indica que a distração e a imprudência ao volante são os principais problemas a serem combatidos.

O perfil das vítimas e o alto impacto nas motocicletas

O trânsito em Uberlândia também tem um impacto significativo em termos de vítimas. Nos primeiros oito meses de 2025, dos mais de 10 mil registros, 2.332 resultaram em feridos ou mortos.

Nos últimos 10 anos, o número total de vítimas já ultrapassou 55 mil pessoas, com grande parte das lesões sendo classificadas como leves, mas com um número considerável de casos graves ou fatais.

O Dia Nacional do Trânsito serve de alerta para o perfil de quem mais sofre nas ruas. Os dados indicam que a maioria das vítimas é do sexo masculino e se concentra na faixa etária entre 18 e 29 anos.

Entre os veículos, as motocicletas, que registraram mais de 2.300 acidentes em 2025, se destacam como o meio de transporte mais vulnerável, resultando em um alto índice de feridos graves e fatalidades.

O estudante João Victor, de 20 anos, usa a moto diariamente para se locomover ao trabalho e descreve os desafios que enfrenta: “Os principais são a falta de infraestrutura nas vias, que são muito mal cuidadas, e a imprudência de outros motoristas.” Ele também relata a falta de atenção de pedestres e o comportamento de outros motoristas que, com a “ousadia e pressa de chegar ao destino”, acabam “tomando decisões equivocadas” e se tornando imprudentes.

Ações para a segurança no Dia Nacional do Trânsito

Para enfrentar esse cenário, a cidade tem implementado ações estratégicas. A Prefeitura e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) promovem iniciativas de conscientização, como a Semana Nacional do Trânsito. O objetivo dessas campanhas é educar motoristas e pedestres sobre a importância das regras de segurança, buscando reduzir o número de ocorrências.

Além disso, a gestão do tráfego foi reforçada com a reativação da Zona Azul no centro da cidade, um sistema de estacionamento rotativo que visa organizar o fluxo de veículos e reduzir congestionamentos causados por veículos parados irregularmente, contribuindo para um fluxo mais seguro.