Após um mês, Zona Azul UDI tem adesão tímida, mas mostra efeito na rotatividade de vagas
Sistema registra 33.706 veículos cadastrados, o que equivale e 6% da frota tributável em Uberlândia; são 3,5 mil vagas disponíveis
Com um mês de operação, o sistema Zona Azul UDI registra 33.706 veículos cadastrados. Embora a adesão ainda seja considerada tímida, os primeiros resultados indicam impactos positivos na organização do trânsito, especialmente na região central de Uberlândia. Segundo a prefeitura, responsável pela gestão do sistema, já é possível observar melhora na rotatividade das vagas e maior disponibilidade de estacionamento em áreas de grande circulação.
A Zona Azul UDI opera em cinco bairros: Martins, Fundinho, Nossa Senhora Aparecida, Centro e avenida João Naves de Ávila, com 3.500 vagas disponíveis. A cobrança é feita de segunda a sexta, das 8h às 18h, e aos sábados até 13h. Os valores variam de R$ 1,50 por 30 minutos a R$ 12 pelo tempo máximo de 4 horas.

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Para o secretário de Trânsito, Paulo Romes, os resultados do primeiro mês estão dentro do esperado e indicam que o novo modelo começou a mudar o comportamento dos motoristas. “O grande problema que queremos atacar é a falta de vaga no centro da cidade. Agora já é possível andar e encontrar vaga disponível. Foi extremamente positivo nesse sentido”, afirmou Romes em entrevista à TV Paranaíba.

Segundo o secretário, o percentual de adesão, que pode parecer baixo, era a meta projetada para o primeiro mês. “Exatamente o número esperado. A população entendeu a necessidade de termos vagas mais democráticas”. Os cadastros equivalem a cerca de 6% da frota tributável da cidade, que é de aproximadamente 520 mil veículos.
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Fiscalização 100% digital no Zona Azul UDI
Desde o lançamento, o sistema registrou 2.098 irregularidades, que ainda estão sendo analisadas caso a caso pela Settran antes da aplicação de multas.
A fiscalização da Zona Azul UDI é feita de forma totalmente digital, por veículo equipado com câmeras que circulam pelas áreas rotativas a cada 15 minutos. Na primeira passagem, o sistema registra as placas estacionadas.
Na segunda, verifica se o tempo foi ativado e, em caso de irregularidade, a notificação é enviada para a central da Settran. “A tecnologia identifica automaticamente se a placa está cadastrada. Se não estiver, o registro vai para análise antes da multa”, explicou o secretário.

O secretário também reforçou que todos os motoristas têm 15 minutos de tolerância gratuita, mesmo sem saldo no aplicativo. Após esse tempo, se o veículo não tiver o estacionamento ativado, a penalidade é aplicada.
Comércio ainda se adapta à novidade
No centro da cidade, comerciantes relatam confusão e dúvidas entre os motoristas, especialmente nos primeiros dias de cobrança. O gerente Carlos Vinícius Máximo contou que muitos clientes perguntavam onde pagar ou como ativar o tempo pelo aplicativo. “O pessoal chega aqui perguntando se a gente vende crédito da Zona Azul, mas ainda falta orientação direta”, contou.
Segundo a Prefeitura, os tótens informativos instalados substituíram os antigos parquímetros. Quem não quiser instalar o aplicativo pode pagar via QR Code, preenchendo dados básicos e escolhendo o tempo desejado, uma alternativa pensada para facilitar o uso por turistas e visitantes ocasionais.

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Sistema arrecadou mais de R$ 260 mil
Em trinta dias de funcionamento, o sistema movimentou R$ 262.660,00 em créditos, com R$ 113 mil já utilizados. O saldo remanescente da antiga Zona Azul, que estava parado desde a desativação do modelo anterior, foi transferido automaticamente para a nova plataforma. O dinheiro transferido pelos motoristas ao aplicativo já totaliza R$ 135.697,12.
Adesão lenta, mas tendência é de crescimento

Mesmo com a baixa taxa de adesão, o secretário afirma que o comportamento tende a mudar conforme o sistema se consolida e o uso do aplicativo se torna mais familiar à população. “É natural que, no início, o número seja pequeno. O sistema é novo e exige adaptação. Mas acreditamos que, aos poucos, mais motoristas vão aderir”, disse.