Acidente gera onda de reclamações nas redes sociais: “viajo com medo”
Nas redes sociais relatos de passageiros relatam falhas graves em veículos da Guanabara; usuários pedem fiscalização e renovação da frota após tragédia
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O recente acidente do ônibus na MG-233, entre Araguari e Tupaciguara, provocou uma forte repercussão nas redes sociais. Passageiros que frequentemente utilizam os serviços da empresa Real Expresso compartilham suas experiências que vão desde falhas mecânicas recorrentes até a ausência de revezamento entre motoristas em longas viagens.

Sheila Vasconcelos revelou nas redes sociais que viaja todos os meses com a empresa e já presenciou diversas situações preocupantes. “Viajo com medo. Já vi ônibus com pneus recapeados, ar-condicionado sem funcionar, portas que não fechavam direito e atrasos constantes”, escreveu. Ela ainda criticou a falta de manutenção preventiva e o desrespeito com passageiros e motoristas: “Se a empresa não se preocupa com a segurança dos profissionais e clientes, o que mais podemos esperar?”
Outro ponto recorrente entre os relatos é a falta de troca do condutor durante os trajetos extensos. Passageiros destacaram que, em viagens longas entre Brasília, Campinas e Uberlândia, a única parada para revezamento costuma ocorrer em Uberaba. “A jornada é exaustiva para quem está ao volante. É inadmissível que isso ainda aconteça”, afirmou um dos depoimentos.
A internauta Layanne Marry reforçou as críticas: “A empresa se faz de cega. Sobrecarrega os profissionais e continua operando com um CNPJ despreparado para carregar vidas. Isso vai continuar acontecendo com inúmeras famílias.”
A usuária Lorena Santos também relatou uma viagem traumática em Minas Gerais. “Eles correm muito. Vi motoristas fazendo ultrapassagens perigosas. Paguei mais caro na volta e preferi ir de carro de aplicativo. Tá faltando fiscalização.”
A comoção nas redes sociais reacende o alerta para a necessidade de fiscalização mais rigorosa nas empresas de transporte interestadual, bem como investimentos em renovação de frota, segurança e condições de trabalho adequadas para os motoristas. Veja os comentários:












Posicionamento da empresa
Em nota enviada ao portal, a Real Expresso afirmou que está colaborando intensamente para a elucidação das causas do acidente. A empresa, no entanto, refuta as alegações mencionadas nas redes sociais, destacando que o veículo envolvido estava devidamente revisado e que a manutenção da frota segue planos tanto corretivos quanto preventivos.
A companhia esclareceu ainda que não trabalha com duplas de motoristas no mesmo veículo, mas sim com trocas programadas ao longo dos percursos, exatamente para garantir que todos os condutores estejam descansados. Segundo a nota, a empresa é pioneira em programas de treinamento e cuidados com o sono dos motoristas, contando com salas de ativação e acompanhamento médico especializado para garantir uma condução segura.
Todas as manifestações de passageiros, segundo o comunicado, são devidamente tratadas por um SAC que funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, e a empresa atualmente possui nota 8 no site Reclame Aqui, o que é considerado um bom índice de avaliação. “Estamos sempre à disposição para esclarecimentos e seguimos comprometidos com a segurança de nossos clientes e colaboradores”, finalizou a empresa.
Real Expresso e Guanabara: parte de um mesmo grupo
O Grupo Guanabara é o responsável pela Real Expresso e também por empresas como Útil, Rápido Federal, Sampaio e Expresso Guanabara. Assim como o Grupo JCA, que reúne empresas como 1001, Cometa e Catarinense, o Guanabara adotou uma estratégia de unificação de marca. Isso significa que todas as empresas que já integravam o grupo passaram a operar sob o nome Guanabara, com o objetivo de fortalecer a identidade da marca e facilitar o reconhecimento pelos clientes.