Tira e põe casaco: efeito cebola chega ao Alto Paranaíba, mas calor persiste em Minas
Variações bruscas de temperatura ao longo do dia já são registradas no Alto Paranaíba; Triângulo Mineiro mantém tendência de calor acima da média em abril
-
O chamado efeito cebola, fenômeno típico do outono, já começou a dar as caras no Alto Paranaíba. Os moradores da região amanhecem de blusa, enfrentam o calorão no meio da tarde e voltam a sentir frio no início da noite. Essa montanha-russa térmica é característica desta época do ano e foi registrada nesta terça-feira (8) em cidades como Bambuí, que teve mínima de 14 °C pela manhã e poderá registrar máxima de 26 °C à tarde.
📲 Siga o canal de notícias do Paranaíba Mais no WhatsApp

Segundo o meteorologista Denis Garcia, esse comportamento climático é explicado pelas amplitudes térmicas acentuadas, quando a variação entre as temperaturas mínimas e máximas do dia é significativa.
“O efeito ‘cebola’ é caracterizado pelo início da manhã mais frio, com temperaturas mais amena e, durante a tarde, os termômetros sobem, voltando a cair novamente à noite”, explica Denis.
Apesar da sensação de frio nas primeiras horas do dia, o especialista ressalta que isso não significa que as temperaturas estejam abaixo do esperado para esta época.
“Temperatura alta e efeito cebola são duas coisas diferentes. As temperaturas mais amenas durante a manhã não são indicativo de que a temperatura não esteja acima da média para o período”, destaca. Ele explica que mesmo com o efeito cebola, as temperaturas estão com tendência de ficar acima da média.
Triângulo Mineiro
No Triângulo Mineiro, o padrão climático de abril também deve apresentar oscilações térmicas, embora com menos intensidade. A tendência, segundo o Laboratório de Climatologia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), é de que as temperaturas fiquem entre 1°C e 1,5°C acima da média histórica.
Historicamente, os termômetros no mês de abril costumam variar entre 20,7°C e 24,7°C na região. Neste ano, porém, as médias podem ficar entre 21,7°C e 26,2°C, devido à persistência de massas de ar quente e alterações nas correntes atmosféricas, que inibem a chegada de frentes frias mais intensas.
“A tendência é de que seja acima do normal para o período, teremos dias de oscilações nesse intervalo, com dias fazendo menos calor e dias fazendo mais calor”, aponta o climatologista.
Chuvas
Outro fator típico da estação é a distribuição irregular das chuvas. A previsão para abril indica volumes entre 70 e 100 milímetros, o que está dentro da média para o mês. No entanto, os meteorologistas alertam para a possibilidade de períodos secos intercalados por pancadas intensas, exigindo atenção especial, principalmente para quem depende do clima, como os agricultores.
Enquanto o efeito cebola já exige a famosa troca de roupas ao longo do dia em partes de Minas Gerais, o cenário geral ainda é de calor persistente. Casaco de manhã, camiseta à tarde — e o ventilador continua ligado.
Por que “efeito cebola”?
O apelido efeito cebola pode até parecer curioso, mas faz todo sentido quando se vive na pele, ou melhor, nas roupas. O termo é usado para descrever o hábito de se vestir em camadas, assim como as camadas de uma cebola, por conta das variações bruscas de temperatura ao longo do dia.
Pela manhã, o frio exige casacos e blusas. Com o avanço do dia, o calor aperta e as peças mais pesadas vão sendo retiradas. À noite, com a queda nos termômetros, volta a necessidade de se agasalhar. Esse vai-e-vem térmico é típico do outono, estação de transição entre o calor intenso do verão e o frio mais constante do inverno.
O nome, embora informal, se popularizou justamente por retratar bem essa rotina de “tira e põe casaco” — um verdadeiro desafio para quem sai cedo de casa e só retorna à noite.