Primavera deve ter mais calor e menos chuva no Triângulo e Alto Paranaíba; veja a previsão

Setembro poderá ser mais seco que o esperado, com chuvas irregulares e atraso no início das precipitações da primavera; fenômeno La Niña pode influenciar os próximos meses

, em Uberlândia

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O mês de setembro marca a transição do inverno para a primavera, mas o início da nova estação deve ser mais seco e quente do que o habitual no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. Segundo o boletim meteorológico elaborado pelo geógrafo William Borges, a tendência para o mês é de temperaturas acima da média e chuvas irregulares, com atraso na retomada do período úmido.

Primavera deve ter mais calor
Primavera deve começar com calor acima da média e chuvas abaixo do esperado no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba – Crédito: Freepik/Reprodução

Primavera deve ter mais calor

O mapa de anomalia de temperatura indica que a região deve registrar valores entre 0,5°C e 1°C acima da média histórica. O aquecimento será mais perceptível em cidades como Uberaba, Conceição das Alagoas e Frutal.

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Em áreas mais altas, como Araxá, Patrocínio e Sacramento, o efeito será menos intenso, mas ainda dentro da tendência de calor ligeiramente acima do normal.

Chuvas mais escassas

A previsão indica anomalias negativas de precipitação, variando de -5 a -10 mm ao longo do mês. Isso significa que setembro poderá ser mais seco que o esperado, com chuvas irregulares e atraso no início das precipitações regulares da primavera.

Em municípios como Patos de Minas, Catalão e Araxá, a irregularidade deve ser maior, com pancadas mal distribuídas. Já no sul e oeste da região, como Ituiutaba, Santa Vitória e Campina Verde, os volumes de chuva tendem a ficar ainda mais abaixo da climatologia.

La Niña e a influencia

O meteorologista Denis Garcia explica que os efeitos do fenômeno La Niña variam bastante no Sudeste e no Centro-Oeste do Brasil. Em alguns anos, pode provocar seca prolongada, já em outros, resultam em chuvas acima da média, tempestades e queda de temperatura em períodos incomuns.

“No Cerrado, como é o caso do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, é difícil prever se teremos mais ou menos chuva, porque a resposta ao fenômeno costuma ser irregular”, destacou Garcia.

De acordo com o último relatório da NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos), há 56% de chance de ocorrência do La Niña. No entanto, os efeitos não são imediatos. Para ser caracterizado, é necessário que a anomalia negativa da temperatura do Oceano Pacífico central (região Niño 3.4) se mantenha em -0,5°C ou menos durante pelo menos cinco trimestres móveis consecutivos (cerca de sete meses).

Neste ano, os modelos climáticos indicam que a anomalia deve ser de curta duração. Se o fenômeno se confirmar, os efeitos mais perceptíveis devem ocorrer apenas no verão de 2025/2026, dependendo também da intensidade do evento.

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Riscos e impactos

Com o atraso das chuvas e a manutenção de dias quentes, o risco de queimadas permanece elevado em todo o mês de setembro. Além disso, a baixa umidade do ar pode trazer desconforto para a população e aumentar problemas respiratórios. Na agricultura, a falta de umidade no solo pode comprometer o planejamento do plantio da safra de verão.