Chuvas em Minas Gerais causaram R$ 11,2 bilhões em prejuízos e impactaram 573 mil empregos

Chuvas em Minas Gerais já deixaram 26 mortos e mais de 4 mil desalojados, além de impactarem a economia e o mercado de trabalho

, em Uberlândia

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As chuvas em Minas Gerais e outros eventos climáticos extremos vêm causando prejuízos cada vez mais expressivos, afetando tanto a população quanto a economia do estado. Segundo dados da Defesa Civil Estadual, desde o início do período chuvoso, em setembro de 2024, já foram registrados 3.663 desalojados, 421 desabrigados e 26 mortes.

Além disso, 141 municípios mineiros estão em situação de anormalidade.

Chuvas em Minas Gerais
Minas Gerais conta com 141 municípios em situação de emergência – Crédito: Instagram/Prefeitura de Ipatinga

Prejuízo bilionário e setores mais afetados

Um levantamento da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) aponta que, entre 2020 e 2023, os impactos das chuvas em Minas Gerais resultaram em um prejuízo estimado de R$ 11,2 bilhões, considerando danos diretos e indiretos.

Os efeitos atingiram setores essenciais da economia, como agropecuária (R$ 24,4 bilhões), serviços (R$ 19,3 bilhões) e indústria (R$ 2,2 bilhões), além de comprometerem a arrecadação tributária e o mercado de trabalho.

O presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, alerta que os prejuízos financeiros causados por eventos climáticos extremos são sistêmicos e afetam diversos setores de forma encadeada.

“Os indivíduos são impactados não apenas em sua saúde, integridade física e, em casos extremos, na própria vida, mas também sofrem perdas significativas em seus patrimônios e moradias. Esses danos interrompem serviços fundamentais e comprometem o funcionamento normal das comunidades”, afirmou.

Além dos danos econômicos, o estudo da FIEMG revela que as chuvas em Minas Gerais afetaram milhões de pessoas. No período analisado, 32 milhões de brasileiros foram impactados, sendo que 2,28 milhões ficaram desabrigados.

A destruição de moradias também foi alarmante: 174 mil casas foram completamente destruídas e outras 390 mil sofreram danos estruturais, gerando um prejuízo estimado de R$ 17,9 bilhões.

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Danos à infraestrutura e ao mercado de trabalho

A crise climática também comprometeu a infraestrutura do estado, afetando hospitais, escolas e redes de transporte, com perdas avaliadas em R$ 16 bilhões. Além disso, a economia mineira sofreu forte impacto no mercado de trabalho, com cerca de 573 mil empregos comprometidos, o equivalente ao total de postos formais existentes no estado do Piauí.

Para Roscoe, é essencial adotar medidas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e reduzir os impactos econômicos e sociais dessas tragédias. “É possível minimizar esses prejuízos por meio de ações que reduzam o avanço do aquecimento global, como iniciativas voltadas à redução da emissão de carbono”, destacou.