Entenda por que brasileiros fazem fila para ‘venda de olhos’ por R$ 700

Iniciativa liderada pelo CEO da OpenAI promete identificar humanos e IAs, mas levanta debates sobre privacidade e segurança

, em Uberlândia

-

Um projeto polêmico tem movimentado filas em São Paulo (SP). O World, idealizado por Sam Altman, CEO da OpenAI, e Alex Blania, oferece recompensas em criptomoedas para quem registrar suas íris. 

venda de olhos
O Orb é de código aberto e permite que qualquer um verifique sua humanidade, ao mesmo tempo em que protege sua privacidade individual. Crédito: Reprodução / Divulgação

O sistema busca diferenciar humanos de inteligências artificiais, mas as críticas sobre privacidade e segurança de dados biométricos têm gerado controvérsia.

O que é o World e como funciona?

📲 Siga o canal de notícias do Paranaíba Mais no WhatsApp

Fundada em 2019 por Alex Blania (CEO) e Sam Altman (Presidente). Sediada em São Francisco, Califórnia e Munique, Alemanha. Crédito: Reprodução / Divulgação

Criado pela empresa Tools for Humanity, o World combina uma criptomoeda própria, chamada worldcoin, com um dispositivo chamado Orb, que escaneia a íris dos participantes. 

Após o registro, os usuários recebem uma World ID, uma espécie de passaporte digital que comprova sua humanidade, além de uma recompensa que pode chegar a R$ 700 em criptomoedas. 

Registro ou “venda de olhos”?

Nas redes sociais, diversos brasileiros têm feito piadas e memes sobre a chamada “venda de olhos” para a empresa. – Crédito: Reprodução / Redes sociais

Embora o projeto destaque a ideia de “prova de humanidade”, a prática tem sido popularmente chamada nas redes sociais de “venda de olhos”. A Tools for Humanity nega essa interpretação, argumentando que a recompensa em worldcoins é apenas um incentivo para a adesão.

Cada participante recebe parte do pagamento imediatamente após o registro e o restante é liberado ao longo de 12 meses. A proposta reflete os conceitos da Web3, que valorizam a compensação por dados cedidos, em contraste com o modelo atual da Web2.

MAIS! Starlink lança tecnologia de internet móvel via satélite nos EUA

Críticas e desafios legais

O World enfrenta resistência em diversos países. Na Europa, Espanha e Portugal baniram suas operações, citando falta de transparência no uso de dados. Na Coreia do Sul, o projeto foi multado em US$ 830 mil por violações de privacidade, e a Argentina aplicou sanções semelhantes.

Especialistas apontam riscos associados ao uso de dados biométricos sensíveis, como a íris. Um possível vazamento de informações preocupa, já que essas características não podem ser alteradas como senhas ou documentos. Em resposta, a empresa afirma que os dados escaneados são transformados em códigos irreversíveis e não armazenados.

No Brasil, o World se comprometeu a trabalhar com reguladores para atender às normas locais. Apesar das polêmicas, o projeto já registrou mais de 100 mil brasileiros em dois meses e ultrapassou 10 milhões de usuários no mundo.