Alunos da UFU vão à NASA receber prêmio global de ‘Melhor Uso de Tecnologia’
Jovens foram reconhecidos entre mais de 90 mil participantes de 163 países pela criação de uma inteligência artificial capaz de detectar tremores em Marte e na Lua
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Um grupo de alunos e ex-alunos da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) esteve presencialmente em uma das instalações da NASA, nos Estados Unidos, para receber o prêmio global de “Melhor Uso de Tecnologia” no NASA Space Apps Challenge, maior hackathon do mundo. Eles foram reconhecidos entre mais de 90 mil participantes de 163 países pela criação de uma inteligência artificial capaz de detectar tremores em Marte e na Lua.

Os protagonistas dessa conquista histórica são os alunos Gabriel Ribeiro Filice Chayb, Larissa Mello, Ana Borges e Gustavo Antonio Teixeira de Matos, além dos ex-alunos Gustavo Tavares e Alailton Alves Júnior. Juntos, formaram a equipe responsável pelo projeto ’42 Quake Heroes’, que tornou-se o primeiro da América do Sul a vencer essa categoria.
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O prêmio foi entregue durante a celebração oficial dos vencedores globais da competição, realizada pela própria NASA em território norte-americano. O reconhecimento internacional colocou Uberlândia e a UFU no centro da inovação tecnológica e científica global.
Um feito com DNA mineiro
A edição 2024 do NASA Space Apps Challenge aconteceu nos dias 5 e 6 de outubro. Durante 48 horas intensas, os participantes ao redor do mundo foram desafiados a resolver um dos 20 problemas propostos pela NASA com base em dados abertos da agência e seus parceiros. A equipe da UFU escolheu o desafio mais avançado do evento, que é a “detecção sísmica em todo o sistema solar”.
A missão era criar uma solução capaz de otimizar a transmissão de dados sobre abalos sísmicos captados em corpos celestes como Marte e a Lua, com foco em economia de energia e eficiência de análise. A resposta do time mineiro foi adaptar uma rede neural profunda, originalmente usada na detecção de tumores, para identificar o início exato de tremores em superfícies extraterrestres.
A tecnologia que escuta terremotos espaciais
O ’42 Quake Heroes ‘não só detecta tremores, como também os torna compreensíveis ao público. Além do algoritmo inteligente, o grupo desenvolveu um site que permite ouvir os abalos sísmicos detectados em Marte e na Lua, além de navegar por explicações didáticas sobre os diferentes tipos de terremotos extraterrestres.
“No projeto entrava a questão também de criatividade, e tornar isso acessível para o público é uma pegada que a NASA tem muito forte. Então, além de fazer um programa que às vezes não é compreendido por muitas pessoas, pensamos em uma forma de apresentar da melhor maneira. E foi onde surgiu a ideia de começar a idealizar um site que ensinasse, onde as pessoas pudessem ouvir os terremotos detectados e que as pessoas mais ‘técnicas’ pudessem ver o resultado do nosso programa”, explica Larissa Mello, uma das alunas.
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Um time com raízes na UFU
O grupo surgiu oficialmente em 2024, quando Gabriel Chayb decidiu retomar um sonho de participar do desafio e chamou Larissa Mello para compor o time. Juntos, convidaram os demais integrantes, vindos das áreas de Engenharia Elétrica, Engenharia Biomédica e Sistemas de Informação.

Cada membro teve um papel essencial. Chayb liderou o desenvolvimento técnico do algoritmo e backend do sistema; Larissa organizou a estratégia de apresentação; Gustavo Matos e Alailton treinaram a IA; Ana Borges desenvolveu o design e a parte visual; e Gustavo Tavares contribuiu no site e no escopo geral do projeto.
Ciência com reconhecimento mundial
Com a vitória, o grupo foi incluído no seleto time dos “Global Winners” do Space Apps Challenge, o que garantiu a ida à Celebração dos Vencedores Globais da NASA.

A visita permitiu a interação direta com cientistas e engenheiros da agência espacial norte-americana, consolidando a conquista como um marco histórico para Uberlândia e para o Brasil.