Violência doméstica em Uberlândia: números alarmantes e como buscar ajuda

Dados mostram aumento nas ocorrências e revelam o perfil das vítimas; veja como identificar agressões, onde denunciar e quais serviços gratuitos oferecem acolhimento e proteção na cidade

, em Uberlândia

A violência doméstica em Uberlândia segue em trajetória de crescimento e reforça o alerta sobre a proteção às mulheres na cidade. Segundo dados oficiais da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Uberlândia registrou aumento de 6,80% nos casos de violência doméstica em 2023 em relação ao ano anterior, um cenário que acompanha a tendência estadual, onde Minas Gerais contabilizou 154.742 vítimas no ano passado, uma alta de 9,40%.

Entre as mulheres que procuram ajuda, a maioria tem entre 35 e 64 anos, é majoritariamente parda (38,9%), e muitas vezes não possui qualquer relação prévia com o agressor, ou tem isso oficialmente registrado como “ignorado”, segundo os dados estaduais.

Violência doméstica em Uberlândia expõe alerta urgente: casos crescem e apoio especializado ganha força
Perfil das vítimas de violência doméstica em Uberlândia mostra maior incidência entre mulheres de 35 a 64 anos – Crédito: Freepik/Reprodução

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Se você acompanha denúncias e levantamentos sobre segurança em Minas, vale conferir também como as forças de segurança têm intensificado ações de enfrentamento à violência de gênero.

Violência doméstica em Uberlândia: tipos de agressões mais comuns

A violência doméstica não se limita à agressão física, e esse é um ponto fundamental. Especialistas e órgãos de atendimento reforçam que a maior parte dos casos começa com abusos invisíveis, que vão crescendo até se tornarem situações de risco extremo.

Entre as formas mais comuns estão:

Violência física: empurrões, tapas, socos, estrangulamento, uso de armas ou objetos para ferir.

Violência psicológica: ameaças, humilhações, xingamentos, perseguição, controle do comportamento, isolamento social. É uma das modalidades mais presentes nos atendimentos da rede municipal.

• Violência patrimonial: destruição de objetos pessoais, retenção de documentos, controle de dinheiro, impedir a mulher de trabalhar. Esses tipos de agressão frequentemente acontecem durante a noite, o horário entre 18h e 23h59 é o período com maior incidência de crimes violentos contra mulheres em Minas

Como denunciar violência doméstica em Uberlândia?

Vítimas e testemunhas têm vários caminhos para denunciar, inclusive de forma sigilosa. Entre os canais de atendimento estão:

  • Disque 180 — Central Nacional de Atendimento à Mulher
    • Atendimento gratuito, 24 horas.
  • Polícia Militar – 190
    • Para situações de emergência e risco imediato.
  • Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM)
    • Atendimento especializado, com estrutura para registro de ocorrências, medidas protetivas e acolhimento inicial.
  • “Chame a Frida” (WhatsApp)

Denunciar é essencial! Não apenas para interromper o ciclo de violência, mas também para fortalecer as investigações e garantir medidas protetivas de urgência.

Casa da Mulher
Casa da Mulher é referência no combate à violência doméstica em Uberlândia e no acolhimento às vítimas – Crédito: PMU/Reprodução

Apoio às vítimas: onde buscar acolhimento e proteção?

Uberlândia conta com uma rede especializada de atendimento que oferece acolhimento completo para mulheres em situação de risco.

  • Casa da Mulher – Atendimento especializado
    • Endereço: Av. Nicomedes Alves dos Santos, 727 – Bairro Lídice
    • Telefone: (34) 3231-3756
    • E-mail: casadamulher@uberlandia.mg.gov.br
    • Atendimento: segunda a sexta, das 8h às 18h

No local funcionam três núcleos:

  • Núcleo de Proteção Social à Mulher: ações educativas, prevenção e promoção de direitos.
  • Núcleo de Apoio à Casa da Mulher: políticas afirmativas, enfrentamento da violência e suporte emocional.
  • Núcleo de Diversidade e Cidadania: acolhimento e proteção à população LGBTQIAPN+.

 

  • Casa Abrigo
    • Endereço sigiloso.
    • Acolhe mulheres e filhos menores em risco iminente de morte ou violência grave.
    • Encaminhamento é feito via DEAM.

 

  • Casa de Passagem
    • Atendimento emergencial para mulheres que precisam de acolhimento imediato durante a noite, feriados ou fins de semana.
    • Encaminhamento via Polícia Militar.