Trump critica Israel e Irã por violação de cessar-fogo, mas acordo permanece

Apesar das violações dos dois países, presidente dos EUA insiste que trégua, apesar de frágil, continua valendo

, em Uberlândia

Mesmo após ataques de ambos os lados, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (24) que o cessar-fogo entre Israel e Irã continua em vigor. Em tom de frustração, ele responsabilizou os dois países por terem rompido o acordo horas depois de firmado — com mísseis sendo lançados além do prazo combinado. A fala, feita antes de sua viagem à cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Nort (Otan), reacendeu dúvidas sobre a real eficácia da trégua promovida por Washington para conter a escalada militar no Oriente Médio.

Segundo Trump, tanto Tel Aviv quanto Teerã descumpriram os termos do cessar-fogo. “Eles violaram, mas Israel também violou. Não estou feliz com Israel”, afirmou, ao criticar diretamente os aliados. O presidente norte-americano ainda acusou o Exército israelense de ter “descarregado” bombas imediatamente após a formalização da trégua. “Foi a maior carga que já vimos. Preciso acalmar Israel agora”, disparou.

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Trump critica Israel e Irã
Trump critica Israel e Irã – Crédito: Facebook Donald Trump/Reprodução

Em seguida, Trump usou as redes sociais para fazer um apelo direto ao governo de Benjamin Netanyahu: “ISRAEL. NÃO LANÇEM ESSAS BOMBAS. SE O FIZEREM, É UMA GRAVE VIOLAÇÃO. TRAGAM SEUS PILOTOS PARA CASA, JÁ!”. Na mesma plataforma, ele reiterou que a trégua ainda está em vigor e pediu que ambos os países “façam um aceno amigável” um ao outro.

Apesar do esforço diplomático, os relatos no campo de batalha contradizem o otimismo da Casa Branca. O Irã acusou Israel de ataques em três ondas distintas, mesmo após as 7h30 locais — horário estipulado para início do cessar-fogo. Já o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, devolveu a acusação, responsabilizando Teerã pelo lançamento de mísseis e autorizando novas ofensivas. “Instruí as Forças de Defesa de Israel a continuar operações de alta intensidade”, declarou.

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Enquanto isso, o primeiro-ministro Netanyahu afirmou que Israel atingiu seus objetivos militares ao iniciar a ofensiva no dia 13 de junho. Ele também agradeceu o apoio dos Estados Unidos, citando o fim da ameaça nuclear iraniana. Por outro lado, o Irã negou ter feito disparos recentes e voltou a reforçar que seu programa nuclear tem fins exclusivamente pacíficos.

O Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã declarou que o país “forçou Israel a aceitar unilateralmente a derrota” e prometeu continuar vigilante. “Manteremos nossas mãos no gatilho para responder a qualquer agressão”, declarou a autoridade militar.

Com acusações e ofensivas dos dois lados, o cenário permanece instável. E mesmo com o presidente americano apostando na diplomacia, a dúvida que paira é se o cessar-fogo anunciado ainda existe de fato — ou apenas no discurso.